Espécie do mês de Novembro: Bufo-real


O bufo-real (Bubo bubo) é o maior estrigídeo europeu, com um comprimento de 60 a 75cm e uma envergadura de 1,5-1,7. O seu peso atinge os 4kg.
Tem aspecto robusto e compacto, com grandes “orelhas” ou penachos auriculares de penas e grandes olhos alaranjados. Possui os tarsos e dedos cobertos de penas, a plumagem é pardo-amarelada, o dorso tem manchas preto-pardacentas, peito largo, ventre com finas linhas longitudinais preto-pardacentas, com face inferior das asas mais clara. A plumagem em ambos os sexos é de cor idêntica, no entanto a fêmea é um pouco maior. Quanto à silhueta de voo, destaca-se pela cabeça comprida, asas longas e bastante largas.
A sua alimentação vai desde ratos até lebres, sendo o ouriço-cacheiro uma das suas principais presas. Ocasionalmente poderá capturar alguns peixes.


É uma espécie que se distribui desde a Europa Ocidental, Norte de África até à Ásia Oriental, mas que também ocorre na Península Ibérica, sendo no geral considerada uma espécie relativamente rara no que diz respeito à sua distribuição mundial.
Mapa da distribuição dos ingressos por freguesia, no CERVAS, de Bubo bubo, registados entre 2006 e 2009.

Tem preferência por regiões rochosas montanhosas ou vales fluviais, com zonas florestais e terrenos abertos e nus, preferindo os últimos para caçarem. Para nidificar, aproveita buracos em paredes rochosas ou escarpas. Pode, no entanto, também nidificar em planícies onde aproveitam ninhos de outras grandes aves, velhos e abandonados, ou até mesmo no solo.


Constituem um casal permanente ocupando todos os anos o mesmo ninho. A postura é de 2 a 5 ovos em Março/Abril, apenas a fêmea os incuba, durante 31 a 36 dias, e as crias permanecem 35 dias no ninho. Abandonam-no sem ainda saber voar mas mantêm-se por perto, só aprendendo a voar às 9 semanas, sendo que os seus pais continuam a alimentá-los umas mais 10 a 15 semanas.
O estatuto de conservação atribuído pelo ICNB é de “quase ameaçado”. Entre as principais ameaças está a destruição de habitat, sobretudo devido às alterações provocadas pela construção de barragens, o envenenamento e a electrocussão.

Comentários

Goncalo disse…
Acedi por acaso à vossa página que achei bastante interessante. Por curiosidade fui consultar a informação sobre o bufo real, indicando-se aí ser bastante raro na Península Ibérica. Tinha a ideia que era pelo contrário relativamente frequente (ex.: Biodiversidade e Alterações Climáticas na Peninsula Ibérica)
No mapa relativo de distribuição relativo ao bufo real não consta por exemplo na serra de Aire e no vale do Guadiana onde existe e se avista com frequência.
Cumprimentos
CERVAS disse…
Olá Gonçalo!

Antes de mais muito obrigada pelo seu comentário. Relativamente aos pontos que refere no texto do Bufo-real, creio que terá sido um problema de interpretação, de facto o que diz é verdade, no texto pretendemos referir que de uma maneira geral, a abundância do Bufo-real, no que se refere à sua distribuição mundial, é no entanto rara. Quanto ao mapa que se encontra no post não se refere à distribuição do Bufo-real em Portugal mas sim à distribuição dos ingressos por freguesia, no CERVAS desta espécie até à data mencionada na legenda. Pedimos desculpa por qualquer confusão e esperamos ter esclarecido qualquer dúvida.

Até breve;

Daniela Costa
(técnica do CERVAS)

Mensagens populares deste blogue

Espécie do mês de Maio: Cobra-rateira

Espécie do mês de Abril: Tentilhão-comum

Espécie do mês de Junho: Ouriço-cacheiro

Espécie do mês de Setembro: Cobra-de-água-de-colar

Espécie do mês de Junho: Víbora-cornuda

Espécie do mês de Março: Morcego-anão

Espécie do mês de Março: Corvo

Espécie do mês de Setembro: Cágado-mediterrânico

Devolução à Natureza de 1 morcego-negro em Gouveia

Espécie do mês de Dezembro: Fuinha