Espécie do mês de Outubro: Pega-rabuda



A pega-rabuda (Pica pica) é um passeriforme pertencente à família dos corvídeos. Possui uma plumagem preta com reflexos metálicos esverdeados de onde sobressai grandes manchas brancas, e uma cauda e patas compridas. Tem um bico de corvídeo e umas asas algo curtas e arredondadas. É vista muitas vezes a caminhar e a saltar no solo, levantando a cauda com frequência. Pode ser observada solitária, em casais ou em pequenos bandos.

A pega-rabuda é essencialmente residente, sendo comum a pouco comum no nosso país. Distribui-se de norte a sul sendo mais numerosa no litoral norte e no Alto Alentejo e possui uma distribuição bem delimitada, estando ausente de vastas regiões da Estremadura, do Baixo Alentejo e do Algarve, embora não se saibam os motivos para essa ausência. Apesar de não ser consensual, a pega-rabuda poderá realizar movimentos migratórios, durante o Outono, na costa norte de Portugal movimentando-se para o sul em pequenos bandos.

É uma espécie que frequenta diversos tipos de habitat, frequentando zonas com aproveitamento agrícola de características diferentes, consoante a zona do país, por exemplo, no noroeste e no centro-oeste aparece em paisagens em mosaico com pequenas parcelas agrícolas, no interior do país frequenta terrenos abertos amplos com culturas cerealíferas, pastagens ou pousios, e no norte a pega surge muito associada à presença humana desde que esta esteja situada nas imediações de zonas rurais ou de pequenas manchas florestais. No sul é menos frequente e afasta-se das povoações. A pega-rabuda é escassa nas regiões de maior altitude, em bosques e em áreas muito abertas.

Pouco se sabe sobre a biologia de reprodução da pega-rabuda em Portugal. Os ninhos são grandes, construídos com dossel e instalados em árvores. As posturas são constituídas por 5 a 7 ovos, e a incubação dura 21 a 22 dias, estando as crias aptas a voar ao fim de 24 a 30 dias. A pega-rabuda tem tendência para o gregarismo, tendo sido observado na serra de Montejunto dois ninhos na mesma árvore, observando-se também esta tendência nos períodos pós-nupcial e invernal onde no Alentejo se podem encontrar dormitórios que chegam a ser constituídos por mais de meia centena de aves.

A dieta da pega-rabuda é variada, incluindo desde invertebrados, principalmente escaravelhos, frutos, sementes, carne em decomposição e desperdícios gerados pelas actividades humanas. 

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