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A mostrar mensagens de outubro, 2011

Próximas acções de formação no CERVAS


Workshop Prático de Recuperação de Animais Silvestres, 13ª edição

Toda a informação sobre esta actividade aqui.




Workshop de Anatomia e Necrópsia de Aves Selvagens, 3ª edição

Toda a informação sobre esta actividade aqui.


21 de Outubro de 2011: Devolução à Natureza de um mocho-galego

21 de Outubro de 2011, Sexta-feira
18:00, Tentúgal, Montemor-o-Velho

Este mocho-galego (Athene noctua) juvenil foi recolhido por um particular junto a uma estrada, possivelmente após ter caído do ninho ou ter sido atropelado, e ingressou no CERVAS no dia 13 de Setembro, encaminhado através do SEPNA-GNR de Montemor-o-Velho e da Reserva Natural do Paúl da Arzila. Não apresentando qualquer lesão, o processo de recuperação do animal consistiu em alimentação, treino de voo e caça e contacto com aves da mesma espécie.



A acção foi realizada nas proximidades do local onde o animal foi recolhido, numa zona de campos agrícolas. No momento de devolução à natureza estiveram presentes os particulares responsáveis pela recolha da ave, o Sr. Vereador da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho e alguns habitantes locais, a quem agradecemos desde já a colaboração. A ave foi baptizada de "Pastel".

14 de Outubro de 2011: Devolução à Natureza de 3 águias-de-asa-redonda e 3 corujas-das-torres

14 de Outubro de 2011, Sexta-feira
9:00, S. Julião, Gouveia - Devolução à Natureza de uma águia-de-asa-redonda

Esta águia-de-asa-redonda (Buteo buteo) sofreu um atropelamento no dia 24 de Setembro e foi recolhida por um particular que a entregou no posto da GNR de Gouveia. A devolução à Natureza foi realizada num local próximo daquele onde a ave tinha sido encontrada e foram envolvidos na acção os funcionários da empresa Salemo & Merca.


Quando ingressou no CERVAS, a ave apresentava hemorragias oculares, orais e numa das asas, tendo sido tratada e posteriormente colocada em contacto com outras aves de rapina, de forma a ficar preparada para a libertação.

Durante a devoluçao à Natureza da águia estiveram presentes cerca de 35 pessoas, às quais foi apresentada a história do animal bem como alguns aspectos relacionados com a ecologia, comportamento e problemas de conservação da espécie. Tendo em conta a relação ecológica com roedores, de que se alimenta, a águia foi baptizada de "Ratatui" pelos participantes.


O CERVAS agradece a disponibilidade e interesse manifestados pela Salemo & Merca, desde os seus dirigentes aos funcionários, e futuras acções de colaboração relacionadas com observação de aves estão já a ser preparadas em conjunto por ambas as entidades.




14 de Outubro de 2011, Sexta-feira
14:30, Pascoal, Abraveses, Viseu - Devolução à Natureza de uma águia-de-asa-redonda

Esta águia-de-asa-redonda (Buteo buteo) ingressou no CERVAS no dia 8 de Janeiro após ter sido encontrada num pinhal por um particular. A ave não conseguia voar devido ao facto de apresentar a plumagem muito danificada e terá conseguido escapar de uma situação de cativeiro ilegal.


A águia foi recolhida pelo SEPNA-Viseu que a encaminhou para o CERVAS, onde, para além de problemas nas penas, se verificou que a ave apresentava um comportamento muito agressivo e foi necessário submetê-la a um longo período de contacto com outras aves de rapina, de forma a ficar preparada para a libertação.


A acção, organizada em colaboração com o SEPNA-GNR de Viseu, foi realizada com a escola de Pascoal, em Abraveses, Viseu, num local próximo daquele onde a ave tinha sido encontrada.


Nesta acção de devolução à Natureza estiveram presentes cerca de 30 pessoas, tendo a libertação sido realizada pela pessoa que encontrou a ave e alertou as autoridades e pelo padrinho que entretanto tinha colaborado na recuperação do animal. O CERVAS agradece a todas as pessoas envolvidas e em especial ao SEPNA-Viseu pela grande disponibilidade na preparação da acção de sensibilização ambiental.


14 de Outubro de 2011, Sexta-feira
17:00, Treixedo, Santa Comba Dão - Devolução à Natureza de uma águia-de-asa-redonda

Esta águia-de-asa-redonda (Buteo buteo) ingressou no CERVAS no dia 8 de Julho após ter sido atropelada no IP3 e recolhida por um particular que a entregou ao SEPNA-GNR de Viseu. A acção de devolução à Natureza foi realizada junto dos cerca de 150 alunos do Centro Educativo de Treixedo.


Esta ave apresentava descoordenação motora e problemas oculares, tendo sido necessário um acompanhamento clínico bastante constante na fase inicial, seguido de uma fase posterior de treino e contacto com outras aves de rapina.


Parte do conjunto de crianças envolvidas, que baptizaram a águia de "Melodia" já tinham estado em contacto com a temática da recuperação de fauna selvagem e demonstraram um grande interesse nos aspectos relacionados com a identificação, ecologia e conservaçao de aves de rapina.



14 de Outubro de 2011, Sexta-feira
19:30, Logo de Deus, S. Paulo de Frades, Coimbra - Devolução à Natureza de duas corujas-das-torres

Estas corujas-das-torres (Tyto alba) foram encontradas no dia 26 de Agosto no interior de uma residência, na lareira da sala, após terem caído no ninho que os progenitores teriam feito na chaminé da habitação. As aves foram entregues por um particular ao SEPNA-Coimbra, que as encaminhou para o CERVAS através da Reserva Natural do Paúl da Arzila.


Durante o processo de recuperação as aves estiveram em contacto com outras corujas-das-torres para socialização e treino de voo e caça. A devolução à Natureza foi realizada num local próximo daquel onde tinham sido encontradas, junto a um bosque e campos agrícolas.



14 de Outubro de 2011, Sexta-feira
21:15, Tocha, Cantanhede - Devolução à Natureza de uma coruja-das-torres

Esta coruja-das-torres (Tyto alba) ingressou no CERVAS no dia 25 de Agosto após ter sofrido um atropelamento e ter sido recolhida por um particular e entregue na Reserva Natural do Paul da Arzila. Não foram detectadas lesões graves e a recuperação consistiu em treinos de voo e caça em conjunto com outras aves da mesma espécie.


A devolução à Natureza foi realizada pelo casal que encontrou a ave após o atropelamento, num local próximo daquele onde tinha sido recolhida, junto a um bosque e campos agrícolas.

5 de Outubro de 2011: Saída de Campo - Identificação de Cogumelos Silvestres

No dia 5 de Outubro de 2011 a ALDEIA/CERVAS organizou mais uma saída de campo na Serra da Estrela dedicada à identificação de cogumelos Silvestres.


Nesta actividade estiveram presentes 12 pessoas oriundas de várias zonas do país que tiveram a oportunidade de conhecer de perto a riqueza micológica da Serra da Estrela nesta época de início de Outono.


Tal como habitualmente, no início do dia foram apresentadas as regras e código de boa conduta no que respeita à colheita de cogumelos silvestres bem como o material necessário para o efeito. Também foram apresentadas as características gerais que devem ser avaliadas para se proceder à identificação.


Os percursos pedestres decorreram maioritariamente em bosques de pinheiros e bétulas, nos quais, apesar da ausência de chuva que tem caracterizado os últimos dias, foi possível detectar uma interessante quantidade e diversidade de espécies de cogumelos.

Gyroporus cyanescens

A maioria das espécies foi identificada no terreno, sendo dadas as explicações necessárias relativas a cada uma delas e possíveis confusões com outras, mas nalguns casos foi feita a recolha para identificação posterior, com recurso a bibliografia e material específico.


No total foram recolhidas para identificação 44 espécies diferentes de cogumelos, tendo sido possível chegar à identificação completa de 37 delas, até ao momento.

A listagem completa de espécies identificadas é a seguinte:

Amanita citrina, Amanita muscaria, Amanita rubescens, Amanita spissa, Amanita vaginata, Armillaria bulbosa, Boletus edulis, Boletus erythropus, Boletus pinophilus, Clitopilus prunulus, Cortinarius mucosus, Cortinarius triumphans, Gonphidius viscidus, Gyroporus cyanescens, Hydnum repandum, Hygrophoropsis aurantiaca, Hypholoma capnoides, Hypholoma fasciculare, Lactarius deliciosus, Lactarius plumbeus, Leccinum scabrum, Leccinum scabrum (for. avelana), Macrolepiota procera, Paxillus involutus, Piptoporus betulinus, Russula aeruginea, Russula adusta, Russula mustelina, Sarcodum squamosus, Scleroderma citrinum, Suillus luteus, Trametes versicolor, Tricholoma equestre, Tricholomopsis rutilans, Xerocomus badius, Xerocomus subtomentosus, Suillus grevillei, Schyzoplylum commune.


As restantes espécies que não foram possíveis de identificar pertenciam aos géneros Amanita, Cortinarius, Inonotus, Leccinum, Pluteus, Russula, Tricholoma e Xerocomus.


A 22 e 23 de Outubro de 2011 a ALDEIA organizará uma nova edição do Curso de Introdução à Identificação e Conservação de Cogumelos Silvestres. Poderá encontrar aqui toda a informação relativa a esta actividade.


4 de Outubro de 2011: Dia Mundial do Animal em Santa Comba Dão e devolução à Natureza de um mocho-galego

4 de Outubro de 2011, Terça-feira
9:00, Santa Comba Dão - Dia Mundial do Animal

No âmbito do Dia Mundial do Animal o CERVAS desenvolveu um dia inteiro de actividades em Santa Comba Dão numa acção de colaboração com a autarquia local em que estiveram envolvidas cerca de 600 crianças de 3 centros escolares do concelho.

Durante a manhã foram realizadas acções no Centro Educativo de Santa Comba Dão e no Centro Educativo de São João de Areias e durante a tarde as acções decorreram no Centro Educativo de Treixedo.


O CERVAS agradece à autarquia, em particular à Ana Guerreiro, por todo o empenho na organização desta actividade, que permitiu o contacto próximo com todas as crianças do 1º ciclo de Santa Comba Dão, com quem foi partilhada informação relacionada com a recuperação de fauna selvagem autóctone.


A meio da tarde foi realizada uma saída de campo com um grupo de cerca de 25 crianças, representantes dos vários centros escolares, que realizaram um pequeno percurso junto à Ribeira das Hortas, onde os alunos puderam observar 11 espécies de aves, entre as quais se podem destacar o chasco-cinzento (Oenanthe oenanthe), o papa-moscas (Ficedula hypoleuca) e a alvéola-cinzenta (Motacilla cinerea).


O principal objectivo desta acção no campo foi despertar o interesse e a curiosidade dos alunos na observação e identificação de fauna selvagem no seu habitat natural.

Chasco-cinzento (Oenanthe oenanthe) próximo da Ribeira das Hortas


4 de Outubro de 2011, Terça-feira
18:00, Lageosa, Tábua - Devolução à Natureza de um mocho-galego.

Este mocho-galego (Athene noctua) ingressou no CERVAS no dia 2 de Agosto de 2011 após ter sido vítima de um atropelamento em Lageosa, Tábua. A ave foi recolhida por um particular que o encaminhou para o CERVAS atrávés do SEPNA/GNR da Lousã.


A ave apresentava uma luxação no cotovelo de uma das asas, com um extenso hematoma, e após tratamento das lesões, repouso e posterior treino e musculação foi devolvida à Natureza num local próximo daquele onde foi encontrada, numa zona de campos agrícolas próximos de áreas florestais, num habitat adequado à espécie.

Durante a libertação estiveram presentes cerca de 30 pessoas, na sua maioria habitantes locais, a quem o CERVAS agradece todo o interesse e disponibilidade demonstradas bem como todo o carinho que revelaram pelo animal libertado, que foi baptizado de "Lageosa".




2 de Outubro de 2011: Fim de Semana Europeu de Observação de Aves em Gouveia


Tal como em anos anteriores o CERVAS/ALDEIA organizaram uma saída de campo em Gouveia no âmbito do Fim de Semana Europeu de Observação de Aves, um evento que é coordenado a nível internacional pela Birdlife International e em Portugal pela SPEA/Birdlife.



Nesta actividade estiveram presentes 11 pessoas que percorreram alguns dos pontos mais interessantes para observação de aves no concelho de Gouveia entre as 8:00 e as 19:00.


As primeiras horas do dia foram passadas junto de campos agrícolas e linhas de água na aldeia de Vila Cortês da Serra, que se vieram a revelar como os pontos mais ricos em aves de todo o percurso realizado durante o dia.

Depois de passagens por Freixo da Serra, Folgosinho e Gouveia (Curral do Negro), os locais escolhidos para as últimas horas do dia foram o Rio Mondego, entre Ribamondego e Gouveia-Gare e os campos agrícolas de Arcozelo, onde foi possível observar também uma quantidade significativa de aves.


A contagem final foi de 53 espécies observadas, que constam na listagem seguinte:

Nome vulgar

Nome científico

Gavião

Accipiter nisus

Águia-d’asa-redonda

Buteo buteo

Perdiz

Alectoris rufa

Pombo-das-rochas

Columba livia

Rola-turca

Streptopelia decaocto

Guarda-rios

Alcedo atthis

Peto-real

Picus viridis

Pica-pau-malhado

Dendrocopos major

Cotovia-dos-bosques

Lullula arborea

Andorinha-das-rochas

Ptyonoprogne rupestris

Andorinha-dáurica

Hirundo daurica

Andorinha-dos-beirais

Delichon urbica

Petinha-das-árvores

Anthus trivialis

Alvéola-cinzenta

Motacilla cinerea

Alvéola-branca

Motacilla alba

Carriça

Troglodytes troglodytes

Pisco-de-peito-ruivo

Erithacus rubecula

Rabirruivo

Phoenicurus ochruros

Cartaxo-nortenho

Saxicola rubetra

Cartaxo

Saxicola torquata

Chasco-cinzento

Oenanthe oenanthe

Melro

Turdus merula

Tordo-pinto

Turdus philomelos

Rouxinol-bravo

Cettia cetti

Toutinegra-do-mato

Sylvia undata

Toutinegra-dos-valados

Sylvia melanocephala

Toutinegra-de-barrete

Sylvia atricapilla

Felosinha-ibérica

Phylloscopus ibericus

Felosa-musical

Phylloscopus trochilus

Estrelinha-real

Regulus ignicapillus

Taralhão-cinzento

Muscicapa striata

Papa-moscas

Ficedula hypoleuca

Chapim-rabilongo

Aegithalos caudatus

Chapim-carvoeiro

Parus ater

Chapim-azul

Parus caeruleus

Chapim-real

Parus major

Trepadeira-azul

Sitta europaea

Trepadeira

Certhia brachydactyla

Gaio

Garrulus glandarius

Gralha-preta

Corvus corone

Corvo

Corvus corax

Estorninho-preto

Sturnus unicolor

Pardal

Passer domesticus

Pardal-montês

Passer montanus

Pardal-francês

Petronia petronia

Bico-de-lacre

Estrilda astrild

Tentilhão

Fringilla coelebs

Milheirinha

Serinus serinus

Verdilhão

Carduelis chloris

Pintassilgo

Carduelis carduelis

Pintarroxo

Carduelis cannabina

Escrevedeira

Emberiza cirlus

Cia

Emberiza cia



Durante a pausa realizada para o almoço os participantes tiveram a oportunidade de conhecer as instalações do CERVAS e de devolver à Natureza uma gralha-preta (Corvus corone) que tinha ingressado no dia 25 de Agosto após ter sido recolhida por um particular.


Esta ave apresentava uma fractura numa das asas e após tratamento das lesões, treino, musculação e contacto com outras aves foi devolvida à Natureza num local adequado e frequentado por animais da mesma espécie.


Espécie do mês de Outubro: Garça-real


A garça-real (Ardea cinerea), é a garça europeia mais abundante. Como é característico noutras garças, a garça-real durante o voo recolhe o pescoço e quando pousada é vista muitas vezes com um comportamento de observação muito paciente e posição muito rígida, por vezes atarracada do pescoço, mas é facilmente distinguida de todas as outras garças europeias, pelo seu tamanho e pela sua plumagem cinzenta, branca e preta.


A garça-real,fora da época reprodutora encontra-se distribuída praticamente por todo o país, sendo mais numerosa em zonas húmidas do litoral. Ao contrário de outras aves aquáticas também é frequente vê-la nos rios e represas do norte e do centro (por vezes mesmo em altitude), frequentando, portanto, um vasto leque de zonas húmidas como estuários, salinas, pauis, aquaculturas, lagoas costeiras, arrozais, barragens, rios e ribeiras.
A garça-real alimenta-se de peixes, anfíbios, pequenos mamíferos, insectos e répteis. Ocasionalmente pode alimentar-se de crustáceos, moluscos, vermes, aves e matéria vegetal (que ajuda na formação das regurgitações).


A garça-real pode nidificar colonialmente ou individualmente, fazendo os seus ninhos em árvores como o pinheiro-manso, eucaliptos de grande porte, sobreiros e por vezes em azinheiras. As primeiras posturas começam aparentemente em Fevereiro ocorrendo muitas em Março. As posturas são constituídas por 4-5 ovos produzindo normalmente só uma ninhada, podendo fazer até três posturas de substituição; a incubação dura 25-26 dias saindo as crias do ninho ao fim de 20-30 dias, encontrando-se aptas a voar por volta dos 50 dias de idade.


Uma parte das garças-reais europeias inverna em África, incluindo provavelmente aves de passagem por Portugal e eventualmente aves nidificantes neste país. A passagem pós-nupcial desta espécie é bastante notória, aumentando o número de aves em Agosto, Setembro e Outubro. As garças-reais que invernam em Portugal provêm da generalidade da Europa Ocidental e Central.


Bibliografia
(1) Bruun B., Svensson H. 2002. Aves de Portugal e Europa. Guias FAPAS. ISNB:972-95951-0-0
(2) Catry, P., Costa, H., Elias, G. & Matias, R. 2010. Aves de Portugal: Ornitologia do Território Continental. Assírio & Alvim, Lisboa. ISBN: 978-972-37-1494-4.