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A mostrar mensagens de fevereiro, 2012

CERVAS na ExpoSerra 2012


Entre 17 e 21 de Fevereiro de 2012 decorreu em Gouveia a 2ª edição da ExpoSerra e a ALDEIA/CERVAS dinamizou um espaço de divulgação do seu trabalho, numa parceria com o Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE).



O evento registou uma elevada participação por parte da população local, bem como de várias outras regiões do país, sendo de referir que cerca de 650 pessoas entraram no espaço do CERVAS e receberam informações sobre o trabalho do centro bem como sobre a fauna autóctone portuguesa e respectivos aspectos ecológicos e problemas de conservação. É de destacar a breve visita e o interesse demontrado pelo Exmo. Sr. Primeiro Ministro, Pedro Passos Coelho, que durante a sua passagem pela ExpoSerra conversou durante breves instantes com os técnicos do CERVAS e PNSE.



O material relacionado com o grupo dos répteis foi um dos que despertou mais curiosidade por parte dos visitantes, tendo sido possível constatar que uma quantidade significativa de pessoas ainda desconhece a ecologia da maior parte das espécies de cobras ou cágados, por exemplo, bem como os aspectos legais relacionados com a conservação das mesmas.


Ao longo dos 5 dias do evento foi possível divulgar informação sobre algumas das ameaças que sofrem estes animais, nomeadamente a problemática das espécies exóticas introduzidas ou o cativeiro ilegal. Como exemplo, é de referir que os técnicos do CERVAS tomaram conhecimento de diversas situações de cativeiro ilegal de cágado-mediterrânico (Mauremys leprosa) em diversos locais do país, tendo sido prestados os esclarecimentos necessários para que se possa proceder à entrega desses animais em centros de recuperação.


Houve um grande interesse dos visitantes em conhecer o trabalho do centro, e para além de diverso material que foi exposto durante a ExpoSerra foram também dinamizadas duas visitas ao CERVAS que envolveram cerca de 30 pessoas.


O CERVAS agradece à entidade organizadora do evento, o Município de Gouveia, através da DLCG-EEM, o convite para participação, e pretende continuar a dinamizar actividades em futuras edições.

Relatório de Actividades 2011


Entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2011, deram entrada no CERVAS 301 animais, dos quais 73% (219 animais) se encontravam vivos na altura do seu ingresso. A estes 219 somam-se 19 animais que se encontravam em fase de recuperação no final de 2010. Comparando com os registos do ano de 2010, verifica-se uma diminuição muito acentuada de 26% nos ingressos vivos e de 28% nos ingressos mortos.


Durante o ano de 2011 foi possível libertar 140 animais, do total que se encontrava em recuperação, o que representa uma taxa de libertação de 58,8%, o que se traduz num ligeiro aumento de mais 0,6 pontos percentuais face ao registado no ano de 2010. O ano de 2011 foi o melhor até ao momento, ao nível do sucesso de devolução de animais recuperados à Natureza, desde o início da actividade do CERVAS.


A ordem dos Falconiformes foi a mais representada nos ingressos, seguida da Strigiformes e Passeriformes. A queda do ninho foi a causa com maior número de ingressos, seguida do trauma (de origem desconhecida), se considerarmos apenas os ingressos de animais vivos. Se considerarmos os ingressos mortos, o atropelamento foi a segunda causa mais frequente.


O distrito de Guarda foi a principal área de origem de animais, seguida de Coimbra e Portalegre. O SEPNA-GNR continua a ser a entidade com maior número de animais entregues no CERVAS, seguida pelo ICNB.

Em 2011 foram realizadas 140 acções de devolução à natureza de animais selvagens recuperados no CERVAS, tendo sido 94 delas realizadas com a participação de diferentes escolas e entidades, envolvendo 2619 pessoas. Se considerarmos todas as actividades desenvolvidas, houve cerca de 7700 pessoas alcançadas.

O relatório completo pode ser consultado aqui

Espécie do mês de Fevereiro: Gavião


O gavião (Accipiter nisus) é uma ave de rapina bastante comum em bosques densos e terrenos abertos com pequenos matagais.
O macho adulto de gavião é de um azul carregado e sem brilho no dorso e possui barras horizontais finas amarelo-avermelhadas por baixo, já a fêmea é muito maior que o macho, aproximando-se em termos de tamanho, ao macho de Açor, embora seja mais esbelta, leve e com a cauda mais comprida. Apresenta um dorso castanho esbatido e barras horizontais finas escuras por baixo. O juvenil de gavião é semelhante à fêmea, embora de um castanho mais vivo por cima e barras menos abundantes e mais grossas por baixo sendo o peito quase sarapintado.

O gavião habita sobretudo a metade norte do país sendo comum em algumas regiões, ao contrário do que acontece no resto do território onde é menos abundante e possui uma distribuição mais fragmentada. É uma espécie típica de paisagens em mosaico ou de orlas florestais com um misto de bosques, zonas agrícolas e matos.
A alimentação do gavião é à base, quase exclusivamente, de aves.


Os gaviões fazem os seus ninhos em árvores, sendo as coníferas as favorecidas quando disponíveis. As posturas são compostas por 4 a 6 ovos durando a incubação 33-35 dias. As crias ficam aptas a voar por volta dos 24-30 dias, tornando-se independentes só passados 20-30.


Pouco se sabe a respeito do comportamento migratório e dispersivo desta espécie a nível nacional, embora seja certo que muitas áreas de criação se mantêm ocupadas todo o ano e que alguns gaviões provenientes do centro e norte da Europa ocorrem no nosso país quer na época da migração, quer durante o inverno.

Bibliografia
(1) Bruun B., Svensson H. 2002. Aves de Portugal e Europa. Guias FAPAS. ISNB:972-95951-0-0
(2) Catry, P., Costa, H., Elias, G. & Matias, R. 2010. Aves de Portugal: Ornitologia do Território Continental. Assírio & Alvim, Lisboa. ISBN: 978-972-37-1494-4.