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A mostrar mensagens de outubro, 2013

Devolução à Natureza de uma lebre-ibérica em Gouveia


No dia 26 de Outubro de 2013 foi devolvida uma lebre-ibérica (Lepus granatensis) no Parque Natural da Serra da Estrela, em Gouveia.


Este animal tinha sido encontrado na berma de uma estrada, após ter sofrido um atropelamento, e foi encaminhado para o CERVAS pelas pessoas que o recolheram.


No momento do ingresso a lebre ainda apresentava sinais de descoordenação motora e dificuldade de locomoção devido ao trauma que tinha sofrido e a recuperação passou por tratamento da sintomatologia neurológica, repouso e alimentação adequada.


A devolução à Natureza decorreu durante uma actividade do Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE), uma saída de campo para identificação de cogumelos silvestres.


O local escolhido para a devolução à Natureza foi uma zona elevada, com áreas abertas intercaladas com matos, próxima de zonas florestais, com condições adequadas à espécie e sem actividade cinegética.

Devolução à Natureza de 1 milhafre-real em Almeida


No dia 16 de Outubro de 2013 foi devolvido à Natureza um milhafre-real (Milvus milvus) em Almeida.


Esta ave juvenil tinha sido encontrada no chão, ferida, por particulares que encaminharam o animal para o CERVAS através de técnicos do Parque Natural do Douro Internacional.


No momento do ingresso no CERVAS o milhafre apresentava uma fractura numa das asas, pelo que foi necessário proceder ao tratamento da lesão, e de seguida treino de voo em conjunto com outras aves de rapina diurnas.


A devolução à Natureza foi realizada com alunos, professores e auxiliares da Escola Básica e Secundária Dr. José Casimiro Matias, em Almeida, a quem o CERVAS agradece o interesse e empenho na dinamização da acção.



Antes da libertação realizou-se uma acção de educação ambiental dedicada às aves de rapina diurnas, com particular ênfase na ecologia e identificação dos principais grupos existentes na região, recorrendo a diversos tipos de materiais didácticos e biológicos.


Os problemas de conservação e ameaças foram também abordados, tendo sido dado um destaque especial à problemática do envenenamento, que afecta espécies de hábitos necrófagos como o milhafre-real, mas também outras espécies ameaçadas, como é o caso do lobo-ibérico (Canis lupus signatus).



Por isso, no âmbito do projecto LIFE MED-WOLF, no qual a ALDEIA desenvolve acções relacionadas com a problemática do uso ilegal de venenos, foram abordadas as consequências do uso de venenos e o que deve ser feito quando se detectam situações que estejam relacionadas com esta ameaça à conservação da fauna selvagem.



Devolução à Natureza de 1 abutre-preto e 2 grifos na Reserva Natural da Serra da Malcata


No dia 16 de Outubro de 2013 foram devolvidos à Natureza 1 abutre-preto (Aegypius monachus) e 2 grifos (Gyps fulvus) na Reserva Natural da Serra da Malcata (RNSM), Sabugal.


Esta acção fez parte do programa do dia aberto e aniversário da área protegida, que também incluiu visita à reserva, passeio micológico e anilhagem de aves, entre outras actividades.



O abutre-preto era um indivíduo juvenil que tinha sido encontrado debilitado em Aldeia do Bispo, concelho da Guarda, e encaminhado para o CERVAS pelas pessoas que o encontraram e entregaram ao SEPNA/GNR da Guarda.



No momento do ingresso a ave não apresentava lesões e apenas foi necessário fazer a recuperação da condição física, treino de voo para musculação e socialização com outros abutres num túnel de voo de grandes dimensões.


Antes da devolução à Natureza o animal foi anilhado com anilha metálica e em pvc e marcado com marcas alares por técnicos do CERAS de Castelo Branco.



Esta metodologia de seguimento através da colocação de marcas alares aumenta a probabilidade do animal ser observado, o que que dará informações em relação aos movimentos do indivíduo.



Optou-se por realizar uma sessão aberta, na presença de vigilantes da Natureza e outras pessoas, com o objectivo de divulgar a importância da monitorização de aves marcadas e encaminhamento da informação obtida.



De seguida, foram também marcados com a mesma técnica 2 grifos, também juvenis, que tinham sido encontrados debilitados em Barca d´Alva e Castro Daire, e que foram encaminhados para o CERVAS pelas equipas do SEPNA/GNR de Vilar Formoso e Viseu, respectivamente.




O local da devolução à Natureza apresenta as condições ideais para ambas as espécies de abutres e estava próximo de um campo de alimentação de aves necrófagas que é gerido pela RNSM.



O CERVAS agradece a colaboração dos técnicos do CERAS e disponibilidade para a marcação dos abutres e à RNSM pela integração da acção no programa do evento.




Espécie do mês de Outubro: Lebre-ibérica

A lebre-ibérica (Lepus granatensis) é a única espécie de lebre que ocorre em Portugal. Na Península-Ibérica distinguem-se, ainda, duas outras espécies de lebres: a lebre-europeia (Lepus europaeus) e a lebre-de-piornal (Lepus castroviejoi). Estas duas espécies são endémicas da Península-Ibérica, no entanto, enquanto a primeira tem uma distribuição ampla, a lebre-do-piornal está restrita aos Montes Cantábricos.

As lebres ocupam preferencialmente espaços abertos, como zonas agrícolas e prados, mas também podem ocorrer em zonas montanhosas, em zonas de bosque ou áreas de matos intercalados com pastagens. Distribuem-se por locais que se estendem desde o nível do mar até altitudes de cerca de 2000m, como por exemplo, na Serra da Estrela.

A lebre-ibérica é social, não apresentando comportamento territorial. As lebres não escavam tocas, ao contrário dos coelhos, refugiando-se em pequenas depressões no terreno localizadas em zonas abrigadas (camas). Possuem uma actividade essencialmente crepuscular e nocturna, formando, nessa altura, pequenos grupos nos locais de alimentação.

À semelhança dos coelhos, são animais herbívoros. Alimentam-se igualmente de plantas herbáceas, com preferência pelas gramíneas. No Verão, altura de menor disponibilidade de alimento, ingerem espécies alternativas, nomeadamente leguminosas como o tojo.

Apesar de se reproduzirem durante todo o ano, as lebres apresentam uma menor actividade reprodutiva no Outono. Do mesmo modo que os coelhos, a lebre-ibérica atinge precocemente a maturidade sexual. No entanto, ao contrário daqueles, as crias nascem à superfície, já com pêlo, com os olhos abertos e capacidade de movimentação passados poucos minutos. A gestação dura em média 42 dias, nascendo em média 1,6 crias por parto. Uma fêmea adulta pode ter, em média, cerca de 10 crias por ano.

As principais ameaças passam pela deterioração do habitat provocada pelo abandono da agricultura tradicional, pela ocorrência frequente de incêndios e pela actividade cinegética desordenada e excessiva.

Devolução à Natureza de 1 mocho-galego e 1 coruja-do-mato em Viseu


No dia 14 de Outubro de 2013 foram devolvidos à Natureza um mocho-galego (Athene noctua) em Ranhados e uma coruja-do-mato (Strix aluco) em Fragosela, concelho de Viseu.


Ambas as aves tinham sido encontradas por particulares e encaminhadas para o CERVAS através do SEPNA/GNR de Viseu.


No momento do ingresso no CERVAS O mocho apresentava uma fractura numa das asas provavelmente devido a atropelamento.


A coruja tinha sido encontrada no chão quando ainda era uma cria com a plumagem em desenvolvimento.


Em ambos os casos, depois de uma fase clínica para recuperação das lesões e da condição física, as aves estiveram permanentemente em contacto com outros indivíduos das mesmas espécies para treino de voo e caça.


O mocho-galego foi devolvido à Natureza num local próximo de onde tinha sido encontrado, no interior das instalações da Fundação Mariana Seixas, na presença de funcionárias e crianças, tendo sido libertado pela pessoa que o encontrou.



A coruja-do-mato foi devolvida à Natureza no local exacto em que tinha sido encontrada, pela família que a recolheu e vizinhos.



Devolução à Natureza de 2 açores em Fornos de Maceira Dão


No dia 14 de Outubro de 2013 foram devolvidos à Natureza dois açores (Accipiter gentilis) em Fornos de Maceira Dão, Mangualde.


Estas aves juvenis, um macho e uma fêmea, tinham ingressado no CERVAS após terem sido encontrados por particulares, e entregues pelo SEPNA/GNR - Mangualde, num dos casos.



Uma delas tinha sido recolhida após queda precoce do ninho e além da plumagem ainda em desenvolvimento apresentava uma fractura num dos membros posteriores.


A outra tinha sido encontrada no chão, debilitada e estava magra, provavelmente por ter dificuldades em obter alimento durante os primeiros dias após a saída do ninho.


Após tratamento das lesões e recuperação da condição física os açores estiveram em contacto com outras aves de rapina diurnas durante as fases de treino de musculação.


O local escolhido para a devolução à Natureza estava a poucos metros de onde tinha sido encontrada uma das aves e estiveram presentes as pessoas que a encontraram, população local, jardins de infância e escolas locais e representantes de diversas entidades, como por exemplo a junta de freguesia e comunicação social regional.



O CERVAS agradece de forma especial ao Sr. António Figueiredo por todo o apoio ao nível da organização da acção e respectiva divulgação.

Devolução à Natureza de 1 coruja-do-mato em Vasco Esteves de Baixo


No dia 12 de Outubro de 2013 foi devolvida à Natureza uma coruja-do-mato (Strix aluco) em Vasco Esteves de Baixo, Alvôco da Serra, concelho de Seia.


Esta ave tinha sido atropelada numa estrada próxima da aldeia e encaminhada para o CERVAS através dos particulares que a recolheram e do SEPNA/GNR de Gouveia.


No momento do ingresso a coruja estava com ligeiros sinais de descoordenação motora e lesões oculares relacionadas com o trauma violento que tinha sofrido.


Durante a fase de recuperação clínica as lesões oculares foram tratadas e a ave esteve em repouso. Depois, em contacto com outras corujas-do-mato foram realizadas as fases de treino de voo e caça.


A devolução à Natureza decorreu na presença de habitantes locais, após uma breve sessão de esclarecimento e educação ambiental relacionada com as aves de rapina nocturnas.


O local escolhido era muito próximo de onde a ave tinha sido atropelada, em zonas de pinhal e carvalhal, próximas da aldeia.


Devolução à Natureza de 1 mocho-galego em Mortágua


No dia 9 de Outubro de 2013 à tarde foi devolvido à Natureza um mocho-galego (Athene noctua) na EB 2,3 de Mortágua.


Esta ave tinha sido encontrada em Julho de 2013 no interior das instalações da escola e foi encaminhado para o CERVAS por funcionárias e professoras através do SEPNA/GNR de Santa Comba Dão.


No momento do ingresso no CERVAS verificou-se que o animal não apresentava lesões e ainda era uma cria com a plumagem pouco desenvolvida.


O mocho esteve em recuperação na companhia de outros animais da mesma espécie, para socialização e treino de voo e caça, em simultâneo com o desenvolvimento da plumagem.


A devolução à Natureza foi realizada no interior do espaço da escola, próximo do local onde o mocho tinha sido encontrado, junto a campos agrícolas e olivais.




Devolução à Natureza de 1 águia-d´asa-redonda em Carregal do Sal


No dia 9 de Outubro de 2013 às 16h foi devolvida à Natureza uma águia-d´asa-redonda (Buteo buteo) no Centro Educativo Nun´Álvares em Carregal do Sal.


Esta ave de rapina diurna tinha sido encontrada em Junho de 2012 por um particular que a encaminhou para o CERVAS através do SEPNA/GNR de Santa Comba Dão.


No momento do ingresso no CERVAS o animal apresentava um peso muito abaixo do normal e a plumagem muito deteriorada, com grande parte das pena de voo partidas e cortadas, o que significa que provavelmente se encontrava numa situação de cativeiro ilegal.


O processo de recuperação foi muito longo, de mais de um ano, devido ao mau estado da plumagem e foi necessário aguardar pela muda depois da recuperação da condição física inicial. 


Durante quase todo o tempo de permanência no centro a manipulação foi a mínima indispensável e a águia esteve em contacto directo com outras aves de rapina diurnas para socialização e treino de voo.


A devolução à Natureza foi realizada num local próximo de onde tinha sido encontrada, junto a zonas florestais e campos agrícolas na periferia de Carregal do Sal.