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A mostrar mensagens de dezembro, 2013

Devolução à Natureza de 1 coruja-das-torres em Tourais, Seia


No dia 20 de Dezembro de 2013 às 18h foi devolvida à Natureza uma coruja-das-torres (Tyto alba) em Tourais, Seia.


Esta ave tinha sido encontrada na varanda de uma casa, inconsciente, provavelmente após ter embatido contra uma janela.


Após ter sido encaminhada para o CERVAS através do SEPNA/GNR de Gouveia a coruja passou por um processo de recuperação das lesões neurológicas e posteriormente realizou treino de caça e voo em contacto com outras corujas-das-torres.


A devolução à Natureza foi realizada na periferia da aldeia, junto a campos agrícolas e zonas florestais, a poucos metros do local onde tinha sido encontrada ferida.


Gaivota devolvida à Natureza em Coimbra observada no Algarve após 676 dias


No dia 29 de Outubro de 2013 foi observada em Quarteira, no Algarve, uma gaivota-d´asa-escura (Larus fuscus) que o CERVAS tinha devolvido à Natureza em Coimbra a 23 de Dezembro de 2011.


Esta ave tinha estado em recuperação na Mata Nacional do Choupal e posteriormente no CERVAS durante pouco mais de três semanas, após ter ingressado debilitada e muito magra.


No momento da libertação, além da anilha metálica, tinha sido colocada nesta gaivota migratória uma anilha em PVC (preta F104), no âmbito de um projecto de marcação de gaivotas devolvidas à Natureza a partir de centros de recuperação coordenado em Portugal pelo RIAS.


O CERVAS agradece ao Mike Davis, que observou a gaivota, e ao Thijs Valkenburg pela excelente coordenação do projecto, que tem permitido obter informações sobre a sobrevivência de aves devolvidas à Natureza.

Devolução à Natureza de um tentilhão-montês no Vale do Rossim


No dia 15 de Dezembro de 2013 às 10h foi devolvido à Natureza um tentilhão-montês (Fringilla montifringilla) no Vale do Rossim, em Gouveia.


Esta ave tinha sido resgatada no final de Março de 2013 pelo SEPNA/GNR da Guarda em casa de um particular que a mantinha em cativeiro ilegal, em conjunto com dezenas de outras aves selvagens protegidas.


O processo de recuperação foi relativamente longo devido ao mau estado da plumagem que a ave apresentava no momento do ingresso no CERVAS.


Durante cerca de 9 meses a ave foi mudando as penas e esteve em contacto visual com outros passeriformes.


O local escolhido para a libertação foi o Vale do Rossim, junto a uma zona com muitas tramazeiras (Sorbus aucuparia), ainda com uma grande quantidade de bagas, uma importante fonte de alimento para esta e outras espécies de passeriformes invernantes na Serra da Estrela.


A acção decorreu durante a 4ª edição do Workshop de Aves Invernantes da Serra da Estrela, num momento em que estavam a ser observado no local um bando de tentilhões-monteses.




Workshop de Aves Invernantes da Serra da Estrela, 4ª Edição


Nos dias 14 e 15 de Dezembro de 2013 realizou-se a 4ª edição do Workshop de Aves Invernantes da Serra da Estrela.


Tal como nas edições anteriores, a organização esteve a cargo do Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE) e da Associação ALDEIA / CERVAS.


Durante a manhã do primeiro dia os locais visitados foram a Baixa do Rio Seia e a zona envolvente do aeródromo de Pinhanços.



Neste locais foi possível observar as primeiras aves invernantes como é o caso dos abibes (Vanellus vanellus), das petinhas-dos-prados (Anthus pratensis), das felosinhas (Phylloscopus collybita) e os tordos-pintos (Turdus philomelos), que frequentam a zona nesta época do ano. 



O início da tarde foi passado em Rio Torto, em Gouveia, junto a pequenas charcas e uma linha de água, e foi possível observar lugres (Carduelis spinus).


No final da tarde foram visitados os campos agrícolas de Arcozelo e o Rio Mondego próximo da aldeia de Ribamondego.



Após as saídas de campo tiveram lugar as sessões teóricas, no CISE, com apresentações sobre as aves invernantes da Serra da Estrela, as adaptações anatómicas e fisiológicas das mesmas ao frio e os locais de interesse para a sua observação durante o Inverno.



Na manhã seguinte, bem cedo, o local visitado foi o Vale do Rossim, com excelentes condições climatéricas para a observação de aves.


Foram observadas muitas espécies que são comuns na zona durante o Inverno como a garça-real (Ardea cinerea), tentilhões-monteses (Fringilla montifringilla), tordos-ruivos (Turdus iliacus), tordos-zornais (Turdus pilaris) e ainda o dom-fafe (Pyrrhula pyrrhula).



De seguida, já a caminho de Manteigas onde se observou o melro-d´água (Cinclus cinclus) junto ao rio, foi feita uma paragem para observação de aves em bosques de resinosas, tendo sido detectadas várias espécies florestais, merecendo destaque o cruza-bico (Loxia curvirostra).



De seguida, foram visitadas duas zonas na baixa da Covilhã, junto a campos agrícolas e linhas de água. 


Nestes locais foi possível observar narcejas-comuns (Gallinago gallinago), maçarico-bique-bique (Tringa ochropus), petinha-ribeirinha (Anthus spinoletta), milhafres-reais (Milvus milvus) e ainda bandos de abibes.


O total de espécies registadas durante a actividade foi 74, incluindo a maioria das espécies invernantes que se podem observar na Serra da Estrela.


Espécie-do-mês de Dezembro: Tentilhão-montês


O tentilhão-montês (Fringilla montifringilla), conhecido também por pintalhão-preto é um fringilídeo com algumas semelhanças ao seu congénere tentilhão-comum
O tentilhão-montês apresenta plumagens distintas no Inverno e Primavera, sendo que por norma, no nosso território, este apresenta a plumagem de Inverno, onde os machos são caracterizados pela cabeça escura, peito e garganta laranjas com os flancos pintalgados, e as fêmeas, cabeça menos escura e o laranja do peito mais pálido, apresentando igualmente os flancos pintalgados. Quando em voo, a característica mais evidente é a presença de uropígio branco.


O tentilhão-montês é um visitante de Inverno, sendo por isso um migrador oriundo do norte da Europa e o seu número quantitativo varia de ano para ano, consoante a amplitude de migração no continente europeu, o que está intimamente relacionado com a disponibilidade de recursos alimentares. Apesar de se desconhecerem as suas principais áreas de ocorrência, existem muitas observações um pouco por toda a parte, desde o norte a sul e do interior ao litoral, não podendo ser considerada comum em nenhuma zona do país. Localmente parece surgir com alguma regularidade no Ribatejo, (terrenos envolventes ao Paul do Boquilobo), concentrações de algumas dezenas ou mesmo centenas de indivíduos desta espécie.
Apesar de não ser possível definir com rigor as suas datas de ocorrência no nosso país, existem registos efectuados de finais de Outubro a finais de Fevereiro, no sul do país. A passagem Outonal é o período em que o tentilhão-montês surge com maior notabilidade, concentrando-se nalguns pontos do litoral. Tal como as restantes espécies de fringilídeos, o tentilhão-montês é um migrador diurno, podendo ver-se bandos desta espécie a sobrevoar as áreas de passagem migratória, durante o dia. Na Europa, esta espécie, nidifica apenas na Fino-Escandinávia e na Rússia.

O tentilhão-montês frequenta sobretudo zonas agrícolas, de restolhos, pastagens e terrenos incultos, onde durante o inverno alimenta-se sobretudo de sementes e bagas. O tentilhão-montês pode ocorrer também em zonas de olival, desde que o terreno se apresente limpo. Este tentilhão surge muitas vezes associado a bandos de outros fringilídeos, nomeadamente de tentilhões-comuns.


Bibliografia:
Aves de Portugal, consultado a 10/2014 em: http://www.avesdeportugal.info/frimon.html
Catry, P., Costa, H., Elias, G. & Matias, R. 2010. Aves de Portugal: Ornitologia do Território Continental. Assírio & Alvim, Lisboa. ISBN: 978-972-37-1494-4.

Devolução à Natureza de 1 peneireiro-vulgar em Vilar Formoso


No dia 16 de Dezembro de 2013 foi devolvido à Natureza um peneireiro-vulgar (Falco tinnunculus) em Vilar Formoso.


A primeira parte desta acção que decorreu na Escola Básica e Secundária de Vilar Formoso envolveu alunos do 3º e 4º ano e consistiu numa sessão teórica sobre aves de rapina diurnas.


Depois, no exterior da escola, e envolvendo mais alunos, professores e funcionários, realizou-se uma acção de esclarecimento sobre a história da ave e o que deve ser feito quando se encontra um animal selvagem ferido.


Este peneireiro tinha sido encontrado ferido e encaminhado para o CERVAS através do SEPNA/GNR de Vilar Formoso, tendo sido detectadas fracturas em ambas as asas, após ter sofrido um acidente traumático de origem desconhecida.


Após um período de recuperação clínica e posterior treino de voo e caça, em contacto com outros peneireiros, a ave foi devolvida à Natureza num local muito próximo de onde tinha sido encontrada ferida, junto a zonas com campos agrícolas.



Esta acção permitiu também divulgar o projecto LIFE - MEDWOLF e alertar para as ameaças à fauna selvagem da região interior da Beira Alta, desde as aves de rapina ao lobo-ibérico.


  

Devolução à Natureza de 1 mocho-galego em Ponte das Três Entradas


No dia 13 de Dezembro de 2013 foi devolvido à Natureza um mocho-galego (Athene noctua) em Ponte das Três Entradas, Oliveira do Hospital.


A acção decorreu na Escola Básica Integrada de Ponte das Três Entradas e incluiu sessões na sala de aula e no exterior.


Durante a primeira parte, direccionada para alunos dos 5º e 6º ano, foi realizada uma sessão sobre ecologia e recuperação de aves de rapina nocturnas.


De seguida, foi realizada uma sessão de esclarecimento no exterior, já com a participação da maioria dos alunos, docentes e funcionários da escola.


O mocho-galego tinha sido encontrado na berma de uma estrada e ingressou no CERVAS com uma fractura numa das asas provocada pelo atropelamento.


Após um período de recuperação clínica, com imobilização do membro afectado, a ave passou por uma fase de treino de voo e caça em contacto com outros mochos-galegos.


A devolução à Natureza decorreu no interior do espaço da escola, junto a zonas florestais, campos agrícolas e um rio.



16ª edição do Workshop Práctico de Recuperação de Animais Silvestres


Entre os dias 6 e 8 de Dezembro de 2013 decorreu em Gouveia e Seia a 16ª edição do Workshop Práctico de Recuperação de Animais Silvestres organizado pela ALDEIA/CERVAS.


No primeiro dia os 36 participantes tiveram a oportunidade de conhecer algumas das espécies de fauna selvagem autóctone que ingressa com maior frequência nos centros e algumas das caracteristicas físicas e comportamentais mais relevantes para os processos de recuperação.


Durante a manhã do segundo dia as temáticas abordadas foram os principios básicos e conceitos gerais, bem como as instalações necessárias para o funcionamento de um centro de recuperação.


Ao início da tarde foi realizada uma visita ao CERVAS para que os participantes pudessem conhecer as diferentes zonas de trabalho, como complemento práctico da palestra sobre instalações. 


Finalmente, a captura e imobilização, bem como o exame físico, foram abordados de uma forma teórica, como introdução às sessões práticas do dia seguinte.


O terceiro dia, que decorreu em Seia, no Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE) permitiu aos participantes ganharem experiência prática ao nível da identificação, manipulação e exame físico de animais selvagens durante a manhã.


Pela tarde, foram treinadas diferentes técnicas de imobilização de membros, administração de fluidos, alimentos e medicamentos, de forma a complementar a formação que a ALDEIA/CERVAS considera útil para quem colabora ou pretende colaborar com os centros de recuperação em Portugal.



A ALDEIA agradece mais uma vez a excelente colaboração do CISE e do Parque Natural da Serra da Estrela, bem como ao Município de Gouveia/Posto de Turismo na realização de mais esta edição.