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A mostrar mensagens de abril, 2012

Espécie do mês de Abril: Bútio-vespeiro



O Bútio-vespeiro ou falcão-abelheiro (Pernis apivorus) é uma ave de rapina diurna de tamanho médio, com um comprimento entre 51-58 cm e uma envergadura compreendida entre 125-145 cm. A parte superior é geralmente castanho-escura, a inferior com tonalidade mais clara (até ao branco), com listas castanho-arruivadas ou mesmo cor de café muito escuro. A cauda é longa e tem várias barras, as patas são amareladas e íris castanho-acinzentada nos jovens e amarelo-avermelhada nos adultos, as penas primárias nos adultos são negras muito destacadas do resto, enquanto que nos jovens as primárias são mais curtas, mas com rémiges mais densamente listadas em relação ao individuo adulto, por outro lado têm cauda de menor tamanho. A plumagem é idêntica em ambos os sexos, mas diferenciam-se em tamanho, sendo a fêmea de maiores dimensões. (3)


O Bútio-vespeiro é nidificante estival, chegando tarde ao nosso país, sendo por isso uma ave de rapina pouco comum. As melhores épocas para a sua observação vão de Maio a Setembro, inicio de Outubro (2). Após o mês de Agosto realiza a migração outonal tornando a sua observação mais fácil no Algarve (1).

Habita áreas compostas por manchas florestais, entrecortadas por terrenos de pousio ou culturas de sequeiro. No norte a espécie frequenta zonas de carvalhos e pinheiros-de-casquinha, no centro está associado a carvalhos e pinheiros-bravos e no sul utiliza sobreiros e pinheiros-bravos (2).


Os ninhos, desta espécie são instalados em árvores de grande porte. O bútio-vespeiro só faz normalmente uma postura, composta por dois ovos, e a incubação dura 30 a 35 dias. As crias estão aptas a voar ao fim de 40-44 dias. Não há muita informação a respeito da reprodução desta espécie em Portugal, sabe-se que no Alto Alentejo, as paradas nupciais têm inicio em Maio e algumas crias podem permanecer no ninho até finais de Agosto (2).


A sua alimentação é constituída essencialmente por ninhos, larvas e adultos de vespas e abelhas, motivo pelo qual possuem as narinas em forma de  fenda. A sua dieta pode incluir também outros insectos, repetis, pequenos mamíferos, crias e ovos de outras aves. Em Portugal a sua dieta é constituída essencialmente por vespas sendo complementada por lagartixas e rãs (2).

Esta espécie apresenta um estatuto de conservação atribuído pelo ICNB como “Vulnerável”. Entre as principais ameaças incluem-se os incêndios florestais nas regiões Centro e Norte e as alterações na agricultura tradicional em particular na zona Sul.

Bibliografia 
(2) Catry, P., Costa, H., Elias, G. & Matias, R. 2010. Aves de Portugal: Ornitologia do Território Continental. Assírio & Alvim, Lisboa. ISBN: 978-972-37-1494-4.
(3)
Bruun B., Svensson H. 2002. Aves de Portugal e Europa. Guias FAPAS. ISNB:972-95951-0-0

CERVAS na Escola Profissional de Gouveia


No dia 26 de Abril de 2012 a ALDEIA/CERVAS realizou uma sessão de trabalho no IG - Escola Profissional de Gouveia, após convite desta entidade, com o objectivo de divulgação do trabalho do centro e sensibilização para a conservação da fauna selvagem.



Durante 90 minutos os cerca de 50 alunos e professores tiveram a oportunidade de conhecer algumas das linhas de acção do CERVAS,  causas de ingresso e problemáticas de conservação de diversas espécies e ainda algumas das acções que podem desenvolver para conhecerem melhor e contribuirem para a conservação da fauna selvagem na região.


Futuramente serão desenvolvidas acções em conjunto entre o CERVAS e o IG, como é o caso da iniciativa "Veste a Camisola", através da qual alguns alunos irão realizar um período de voluntariado no centro, tendo assim oportunidade de dar continuidade à formação teórica que receberam.



O CERVAS agradece a colaboração do IG, o interesse demonstrado e ainda o apadrinhamento de uma águia-de-asa-redonda que será devolvida à Natureza brevemente em conjunto com alunos e professores da instituição.

CERVAS no 9ª Congresso Nacional de Etologia


Na 9ª edição do Congresso Nacional de Etologia (SPE2012) que decorreu nos dias 12 e 13 de Abril de 2012, o CERVAS esteve representado pelo poster intitulado “Ethological observation as a tool for environmental enrichment in captive owls (Strigiformes)” [A observação etológica como ferramenta para o enriquecimento ambiental em Aves de Rapina Nocturnas em cativeiro (Strigiformes)]. 


O trabalho divulgado foi realizado no âmbito de estágio profissionalizante pela bióloga Raquel Silva em colaboração com o CERVAS e a Universidade de Aveiro.

Devolução à Natureza de uma coruja-das-torres em Vacariça, Mealhada

No dia 20 de Abril de 2012 foi devolvida à Natureza uma coruja-das-torres (Tyto alba) em Vacariça, Mealhada, numa acção organizada em colaboração com a Junta de Freguesia e população local.

  
A ave tinha sido recolhida no dia 19-03-2012 por um particular após ter sido encontrada presa na chaminé de um solar, onde terá caído acidentalmente algum tempo antes. 


A coruja foi entregue à Reserva Natural do Paul da Arzila e encaminhada para o CERVAS onde se verificou que, apesar de não apresentar lesões, estava debilitada e magra, provavelmente por não estar a obter alimento durante alguns dias.

 
O processo de recuperação foi simples e rápido, consistindo apenas em alimentação adequada e treino de voo e caça, em contacto com outra coruja-das-torres.


A ave foi devolvida à Natureza na periferia da aldeia, junto a campos agrícolas, perante cerca de 35 pessoas que demostraram um grande interesse e carinho pelo animal, que baptizaram de "Foral".


Devolução à Natureza de uma águia-de-asa-redonda em Pampilhosa, Mealhada


No dia 20 de Abril de 2012 foi devolvida à Natureza uma águia-de-asa-redonda (Buteo buteo) em Pampilhosa, Mealhada, numa acção que foi desenvolvida em colaboração com a Câmara Municipal da Mealhada e Centro Educativo da Pampilhosa.


A acção começou com uma sessão de esclarecimento para alunos, professores e funcionários da escola, onde foram abordados alguns aspectos relacionados com o trabalho do CERVAS e sobre a ecologia e características principais da águia-de-asa-redonda.


Posteriormente, para complementar a sessão teórica, foi realizada uma breve aula de campo, na qual os cerca de 200 participantes puderam ficar a conhecer melhor a espécie que estava a ser apresentada e que iria ser devolvida à Natureza.


Esta ave tinha sido encontrada ferida no dia 18-02-2012 por um particular que a detectou na via pública, após ter sofrido algum tipo de acidente traumático. De imediato foi contactado o SEPNA-GNR que recolheu a ave e a entregou à Reserva Natural do Paul da Arzila que por sua vez a encaminhou para o CERVAS.


No centro procedeu-se à avaliação do animal e verificou-se que apresentava uma fractura numa das asas. Após ter sido efectuada a imobilização da asa e tratamentos necessários a ave passou por um processo de treino em conjunto com outras aves de rapina.


Depois de cerca de 2 meses em recuperação, esta águia adulta foi libertada num local muito próximo daquele onde tinha sido encontrada, numa área com campos agrícolas e pequenos bosques.

Próximas devoluções à Natureza


20 de Abril de 2012, 17:00
Pampilhosa, Mealhada

Devolução à Natureza de uma águia-de-asa-redonda (Buteo buteo)

Ponto de encontro: Centro Escolar de Pampilhosa, Mealhada



20 de Abril de de 2012, 19:30
Vacariça, Mealhada

Devolução à Natureza de uma coruja-das-torres (Tyto alba)

Ponto de encontro: Igreja de Vacariça, Mealhada

10 de Abril de 2012: Devolução à Natureza de 1 andorinhão-pálido

No dia 10 de Abril de 2012 às 14:30 foi devolvido à natureza um andorinhão-pálido (Apus pallidus) no miradouro do Paixotão em Gouveia.

Este andorinhão foi encontrado por um particular no dia anterior, que o viu a embater contra uma parede no Clube Camões, mesmo no centro da cidade. O particular entrou de imediato em contacto com o CERVAS, que o recolheu e o encaminhou para o centro. O animal encontrava-se em estado de choque devido à colisão não apresentando, neste caso, nenhuma lesão.

O tratamento consistiu em hidratação e alimentação adequada e assim que as condições meteorológicas o permitiram, a ave foi devolvida à natureza pelo particular que a encontrou.



O andorinhão-pálido é uma espécie muito semelhante ao andorinhão-preto, no que diz respeito ao tamanho e à forma, sendo facilmente confundidos entre si.

Distingue-se do andorinhão-preto sobretudo devido aos tons acastanhados da plumagem, no contraste entre as primárias mais escuras, e as secundárias mais claras, e por possuir uma maior extensão de branco no queixo e asas mais arredondadas. É uma espécie migratória, proveniente de África, estando de regresso ao nosso país nesta época.