Espécie do mês de Julho: Ógea


A ógea (Falco subbuteo) é um pequeno falcão, de tons escuros, cauda comprida e asas longas e muito pontiagudas. Toda a sua plumagem no dorso é cor de ardósia ao contrário das partes inferiores que são claras. O peito é riscado e no ventre tem uma mancha avermelhada que é visível a pequena distância. A face é branca apresentando um bigode preto que faz lembrar o padrão do falcão-peregrino (Falco peregrinus). A sua forma, em voo, por vezes faz lembrar um andorinhão (Apus apus) gigante.




A ógea ocorre em quase toda a Europa(1) e em Portugal distribui-se principalmente pelo norte e centro, sendo rara ou ausente em vastas áreas do Alentejo e Algarve. (2)
Em Portugal a ógea é estival (2,3), e pode ser vista desde finais de Abril até Setembro ou Outubro. Os primeiros indivíduos são observados no sul no inicio de Abril mas no norte as chegadas dão-se só no final desse mês.(2)
É uma ave tipicamente florestal e que frequenta paisagens mistas com bosques, principalmente pinhais e terrenos agrícolas ou de pousio. Ocorre amiúde junto a pinhais próximos com zonas húmidas, pastos e zonas de cultivo. No verão surge com frequência caçando sobre matos e montanha. (2) 



A ógea ocupa ninhos abandonados de outras aves, principalmente de corvídeos, como os de gralha-preta. As posturas são compostas por 3 ovos, (ocasionalmente 2 e raramente 4), durando a incubação 28 a 31 dias. As crias ficam aptas a voar ao fim de 28-34 dias, tornando-se independentes após mais 30-40 dias.(2)

Alimenta-se sobretudo de insectos (2), como libelinhas (5), e de pequenas aves (2), como os andorinhões e andorinhas (5), que captura em pleno voo. São bastante activos ao crepúsculo, podendo formar inclusive pequenos bandos. (2)



Na Europa a espécie é considerada "Não Ameaçada", e apesar de apresentar um declínio nalguns países, a sua população na Europa encontra-se estável.
Os factores de ameaça são a destruição e degradação de habitat, devido a incêndios, arborizações massivas com eucalipto e destruição de bosquetes ribeirinhos, o abandono agrícola,a utilização de pesticidas principalmente insecticidas, o corte e o abate de árvores com ninhos, o abate ilegal, o roubo de ninhos e a colisão e electrocussão em linhas de média e alta tensão.


 

Bibliografia
(1) Atlas das aves nidificantes em Portugal (ICNB, Novembro de 2008;Lisboa)
(2) Catry, P., Costa, H., Elias, G. & Matias, R. 2010. Aves de Portugal: Ornitologia do Território Continental. Assírio & Alvim, Lisboa. ISBN: 978-972-37-1494-4.
(4) Livro vermelho dos vertebrados de Portugal, ICNB 2005
(5) (Alan Harris 1989), The Mamillan Field Guide To Bird Identification

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