Espécie do mês de Março: Coruja-das-torres
A coruja-das-torres (Tyto alba) é uma ave de rapina nocturna (e crepuscular) com cerca de 35cm de comprimento e que pode atingir os 95cm de envergadura. Possui um corpo delgado, asas longas e patas compridas. Tem um disco facial pálido e em forma de coração e olhos escuros. A sua plumagem é tipicamente muito clara (o macho é normalmente mais pálido) e apresenta um voo extremamente silencioso.
Esta rapina alimenta-se de ratos, rãs e insectos, regurgitando as porções não digeridas (egagrópilas).
É uma ave sedentária. Nidifica em quintas, montes, moinhos, celeiros, ruínas, igrejas e mesmo em grandes povoações. Constrói o ninho em cavidades nas árvores ou em edifícios, fendas nas rochas e pedreiras e evita, normalmente, as zonas florestais. São colocados 2 a 7 ovos que são principalmente incubados pela fêmea. A coruja-das-torres é uma ave solitária, territorial e monogâmica, podendo ocasionalmente haver bigamia, e ambos os progenitores cuidam e alimentam as crias. As crias são nidícolas (eclodem do ovo sem estar completamente desenvolvidas, não possuindo ainda penas) e os ninhos são utilizados em anos sucessivos.
Em Portugal, verifica-se uma população estável com uma distribuição cosmopolita, ocorrendo por todo o nosso país (mas, aparentemente, mais comum no centro e sul).
Mapa da distribuição dos ingressos por freguesia, no CERVAS, de Tyto alba, registados entre 2006 e 2009.
As principais ameaças a esta espécie são: intensificação e crescente mecanização da agricultura, demolição e reconversão de edifícios antigos, uso de agro-químicos, uso de iscos com veneno (rodenticidas) para eliminar roedores prejudiciais à agricultura e colisão com viaturas.
De acordo com o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, esta espécie tem um estatuto de conservação “pouco preocupante”.
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