Durante os meses de Julho e Agosto de 2012 foram devolvidos à Natureza 6 andorinhões-pretos (Apus apus) e 3 andorinhões-pálidos (Apus pallidus).
Estas aves tinham ingressado no CERVAS durante o Verão oriundas de diversas zonas da região centro e foram entregues pelos particulares que as encontraram e por equipas do SEPNA-GNR e áreas protegidas. O ingresso deveu-se maioritariamente a queda do ninho mas também a predação por gatos e a colisão.
A recuperação de andorinhões pode-se considerar simples, mas trabalhosa, por requerer refeições frequentes e maneio adequado. Ainda que com um muito reduzido número de ingressos, comparando com
outros centros da Península Ibérica, o CERVAS tem conseguido acumular alguma experiência com estas aves e assim melhorar gradualmente as percentagens de libertação (84% em 2012, até ao momento), de ano para ano, fruto de melhorias ao nível dos protocolos de alimentação e maneio.
Normalmente as aves são mantidas em caixas de pequena dimensão, em
grupos de vários indivíduos e utilizam-se pequenos “ninhos”. A higiene
do espaço onde se mantém as aves deve ser uma das prioridades, assim
como a tranquilidade e silêncio, tanto durante o repouso, como, e
principalmente, durante a manipulação para a alimentação.
A alimentação baseia-se em larvas de tenébrios, complementada com ração,
e a frequência de refeições é de 4 a 5 vezes por dia, mas poderá ir
diminuindo dependendo do estado de desenvolvimento dos animais e do
respectivo ganho de peso.
Uma das mensagem que o CERVAS considera importante passar para a população é a de que a recuperação destas aves nos centros é mais fácil e de maior sucesso se as aves forem entregues de imediato por parte de quem as encontra, para que os técnicos dos centros consigam iniciar os protocolos correctos o mais cedo possível.
Na parte final da recuperação são realizados exercícios para estímulo de voo e musculação e a decisão final de quando libertar cada ave depende das biometrias, peso, desenvolvimento da plumagem e estado geral de cada indivíduo.
As devoluções à Natureza têm sido realizadas em Gouveia, maioritariamente no miradouro do Paixotão, envolvendo as pessoas que encontraram as aves, população local ou visitantes ocasionais.
Este local reúne condições óptimas, por se tratar de um local elevado, com vista para a zona urbana onde existem colónias numerosas de ambas as espécies de andorinhões o que, teoricamente, aumenta a probabilidade de integração dos indivíduos recuperados.
Para consultar mais informações sobre recuperação de andorinhões recomendamos os seguintes sítios na Internet:
http://www.falciotnegre.com/
http://www.apusapus.net/
http://www.asapus.org/
http://www.chimneyswifts.org/