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A mostrar mensagens de junho, 2012

Devolução à Natureza de um milhafre-preto em Vide-Entre-Vinhas


No dia 24 de Junho o CERVAS procedeu à devolução à Natureza de um milhafre-preto (Milvus migrans) na aldeia de Vide-Entre-Vinhas, concelho de Celorico da Beira.


Esta acção foi integrada num evento organizado pelo Centro Cultural e Desportivo de Vide-Entre-Vinhas que consistiu numa caminhada matinal e um almoço convívio para a população local.


Ao final da manhã foi realizada uma breve palestra sobre algumas das espécies de aves de rapina existentes na região, na qual foram apresentados alguns aspectos relacionados com a identificação, ecologia e principais ameaças de cada uma.


De seguida, cerca de 60 habitantes de Vide-Entre-Vinhas e alguns visitantes procederam à devolução à Natureza do milhafre-preto junto à antiga Escola Primária, próximo de um vale com campos agrícolas e zonas florestais, que no seu conjunto constituem um habitat adequado para a espécie.


Esta ave tinha sido encontrada num estado de grande debilidade, incapacidade de voo e com lesões compatíveis com colisão com alguma estrutura. A recuperação durou cerca de 3 meses e consistiu no tratamento das lesões e recuperação da condição física através de treino e contacto com outras aves de rapina.



O CERVAS agradece a calorosa recepção bem como o entusiasmo e interesse demonstrado pela população local e está disponível para futuras acções de educação ambiental e de promoção da biodiversidade da região.

Devolução à Natureza de uma águia-de-asa-redonda na 2ª Maratona BTT


No dia 17 de Junho de 2012 o CERVAS participou com diversas actividades na 2ª Maratona BTT que se realizou em Gouveia e que foi organizada pelo Instituto de Gouveia (IG).


Entre as 9h e as 12h, após o início da prova, foram realizadas várias sessões de educação ambiental para grupos de acompanhantes de participantes no evento, oriundos de várias regiões do país, que assim tiveram oportunidade de conhecer alguns aspectos relacionadas com a ecologia e conservação de fauna selvagem da Serra da Estrela, bem como o trabalho do CERVAS.


No final da manhã, cerca de 45 pessoas tiveram oportunidade de assistir à devolução à Natureza de uma águia-de-asa-redonda (Buteo buteo) que tinha sido recuperada no CERVAS.


Esta ave tinha ingressado no centro após ter sido atropelada e apresentava problemas oculares e comportamentais relacionados com o traumatismo craniano que tinha sofrido. Após cerca de 3 meses de recuperação e treino, a ave foi devolvida à Natureza num espaço florestal próximo de Gouveia, junto das instalações do IG.


Esta águia-de-asa-redonda foi apadrinhada por alunos do IG que não só apoiaram o trabalho do centro dessa forma como têm realizado acções de voluntariado no CERVAS semanalmente, na sequência de anteriores actividades organizadas em parceria.


O CERVAS agradece o convite e todo o apoio e interesse que tem sido manifestado pelo IG e disponibiliza-se para futuras colaborações que contribuam para a formação e educação ambiental dos estudantes.

CERVAS promove Birdwatching na ESTH de Seia


No dia 15 de Junho o CERVAS desenvolveu uma actividade de iniciação ao Birdwatching na Escola Superior de Turismo e Hotelaria de Seia. 


Esta actividade foi organizada em parceria com alunos da instituição com o objectivo de divulgar e promover o potencial turístico da observação de aves na Serra da Estrela.


A primeira parte da sessão consistiu na abordagem teórica à observação de aves com uma introdução aos princípios básicos relacionados com a identificação das espécies que existem em Portugal, com particular destaque para as que são características da Serra da Estrela. Durante esta sessão foi também apresentado um trabalho de alunos da ESTH sobre o potencial do Birdwatching como produto turístico.


De seguida foi realizada uma saída de campo de cerca de duas horas na baixa do Rio Seia, onde foi possível registar 30 espécies de aves, sendo de destacar as excelentes observações de águia-calçada (Aquila pennata), papa-figos (Oriolus oriolus) e ainda mocho-galego (Athene noctua), que causaram grande entusiasmo nos cerca de 20 participantes.


O CERVAS agradece o convite da ESTH de Seia e manifesta a sua disponibilidade e interesse para organizar novas iniciativas que contribuam para a educação ambiental e formação de alunos da instituição bem como para a população e agentes turísticos locais. Fica ainda um agradecimento ao CISE pela disponibilização de equipamento para a actividade.

EB1 de S. Pedro (Gouveia) visita o CERVAS


No dia 12 de Junho os alunos da escola básica do 1º ciclo de S. Pedro, Gouveia, visitaram as instalações do CERVAS, uma iniciativa realizada no âmbito do programa Eco-Escolas.



Durante cerca de uma hora cerca de vinte alunos e professores tiveram oportunidade de conhecer alguns dos espaços de trabalho do centro e as espécies que ingressam com mais frequência bem como os seus principais problemas de conservação.


Recorrendo ao kit de educação ambiental do CERVAS foi possível apresentar material e informações relacionadas com a ecologia, comportamento e anatomia de várias espécies selvagens autóctones, com destaque para aqueles que existem na região da Serra da Estrela.

No final da actividade, os visitantes tiveram a oportunidade de devolver à Natureza uma rola-turca (Streptopelia decaocto) que tinha ingressado no CERVAS no mês de Abril com uma fractura numa das asas.


O CERVAS agradece o interesse demonstrado pelos alunos e professores da EB1 de S. Pedro e está disponível para futuras acções em conjunto.

CERVAS divulgado a estudantes de Enfermagem Veterinária


No dia 11 de Junho o CERVAS realizou uma palestra para estudantes de Enfermagem Veterinária da Escola Superior Agrária de Ponte de Lima / Instituto Politécnico de Viana do Castelo.


Nesta sessão foi possível apresentar as linhas de trabalho desenvolvidas pelo centro bem como alguns dos aspectos veterinários relacionados com a recuperação de fauna selvagem em Portugal, numa perspectiva de divulgação das potencialidades de trabalho que existem para os futuros enfermeiros veterinários. Por outro lado, cumpriram-se também objectivos de formação e educação ambiental relacionada com a conservação das espécies protegidas autóctones.

Após a sessão de cerca de uma hora sobre o CERVAS os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer o trabalho desenvolvido pela AEPGA - Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino, de Miranda do Douro.


Recentemente, no dia 2 de Junho, o CERVAS também desenvolveu uma acção com alunos de mestrado em Enfermagem Veterinária da Escola Superior Agrária / Instituto Politécnico de Viseu, que realizaram uma visita ao CERVAS de cerca de duas horas, na qual tiveram oportunidade de conhecer os espaços e o trabalho desenvolvido. 

O CERVAS agradece a ambas as instituições o interesse e está disponível para realização de novas acções no futuro.

Devolução à Natureza de coruja-do-mato em Vila Cova à Coelheira


No dia 8 de Junho às 20:45 foi devolvida à Natureza uma coruja-do-mato (Strix aluco) em Vila Cova à Coelheira, Seia.


Esta ave de rapina nocturna tinha ingressado no CERVAS no final de Abril após ter sido encontrada por particulares dentro de uma chaminé de uma casa e de ter sido encaminhada para o centro através do SEPNA/GNR de Gouveia.


Durante o exame físico verificou-se que a ave apresentava a plumagem muito suja e existia uma grande quantidade de cinza nos olhos. Após lavagem e tratamento das lesões oculares, seguiu-se o processo habitual de treino de voo e caça em contacto com outras aves da mesma espécie.


A população da bonita aldeia de Vila Cova à Coelheira demonstrou um enorme interesse no animal e aderiu à iniciativa de devolução à Natureza, tendo sido possível reunir cerca de 40 pessoas a quem foram apresentadas algumas características relacionadas com a identificação, ecologia e comportamento da coruja-do-mato e outras aves de rapina nocturnas, bem como alguns dos principais problemas de conservação das mesmas.





O local escolhido para a libertação, perto de onde a ave tinha sido encontrada mas na periferia da aldeia, encontrava-se próximo de uma interessante área florestal junto ao rio Alva, com campos agrícolas e árvores de fruto, o que constitui um habitat excelente para a espécie.



O CERVAS agradece a amável e calorosa recepção do povo de Vila Cova à Coelheira e deseja que seja possível realizar novas acções de colaboração no futuro.

Espécie do mês de Junho: Ouriço-cacheiro




Ouriço-cacheiro (Erinaceus europaeus) é um mamífero que pertence à ordem Insectivora e à família Erinaceidae. Possui a particularidade de ser o único mamífero da nossa fauna que possui espinhos em todo o corpo, sendo estes pêlos modificados. Quando ameaçado enrola-se sobre si próprio, defendendo-se assim dos predadores. Os ouriços-cacheiros podem ter até cerca de 7500 espinhos pelo corpo, com cerca de 2-3 cm e que lhes confere uma variação de cor entre o amarelado e o castanho. A cabeça, está bem diferenciada do corpo cujo comprimento varia entre 20-35 cm, possui orelhas pequenas e olhos grandes, e uma cauda curta, entre 10-20 cm. O peso dos ouriços adultos pode variar entre 400-1200g. 
Entre os machos e as fêmeas não existe grande dimorfismo sexual,embora o macho possa ser ligeiramente maior que a fêmea.


O ouriço-cacheiro ocorre na maior parte do oeste europeu, encontrando-se ainda na zona mais ocidental da Sibéria e no norte da Rússia. Em Portugal o ouriço é uma espécie abundante de distribuição generalizada de norte a sul. 
O ouriço-cacheiro encontra-se em zonas de cultivo e jardins, bem como em bosques e áreas onde o estrato herbáceo seja abundante.

Os Ouriços-cacheiros são animais de actividade nocturna ou crepuscular. São solitários e territoriais sendo os territórios dos machos cerca de 3 vezes superiores aos das fêmeas. Durante a noite podem percorrer distâncias entre um e três quilómetros, onde os machos se deslocam mais que as fêmeas.


Este insectívoro come um pouco de tudo, alimentando-se essencialmente de invertebrados terrestres como gafanhotos, escaravelhos e moscas, consumindo ainda minhocas e caracóis, ovos de aves, rãs e répteis, cereais e frutos silvestres.
Quando o alimento escasseia, e a descida da temperatura não permite a manutenção da temperatura do corpo, o ouriço-cacheiro hiberna, os indivíduos ficam frios ao toque e imóveis, diminuindo a sua temperatura, a respiração (1 a 10 vezes por minuto) o ritmo cardíaco (de 190 para 20 batimentos por minuto) e o funcionamento dos órgãos internos, poupando desta forma energia. No nosso país só os animais que vivem em zonas de maior altitude é que hibernam.


O período de reprodução do ouriço-cacheiro ocorre de Abril a Agosto. Após a cópula, o macho abandona a fêmea, sendo ela a única responsável por criar os jovens. O período de gestação é de 12 a 13 semanas, podendo existir duas ninhadas por ano em Maio-Julho e Setembro, nascendo 4-6 crias, podendo no entanto nascer entre 2 e10. As crias nascem de olhos fechados e sem pêlo, onde ao fim de poucas horas despontam os primeiros espinhos. Estas abandonam o ninho após 22 dias e atingem a maturidade sexual ao fim de um ano.



A nível nacional o ouriço-cacheiro é uma espécie considerada "não ameaçada", estando incluída no anexo III da Convenção de Berna, onde se incluem as espécies em menor risco. As suas principais ameaças são a captura por predadores como raposas, texugos, mochos, corujas e águias. Os atropelamentos são um importante factor de mortalidade desta espécie, assim como a redução de habitat através da diminuição das zonas de vegetação e do aumento de tamanho das explorações agrícolas e o uso crescente de pesticidas. Sendo uma espécie intimamente associada ao Homem, os ouriços que habitam os jardins também sofrem com o uso de máquinas de cortar relva.