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A mostrar mensagens de novembro, 2012

Espécie do mês de Novembro: Narceja-comum



A narceja-comum (Gallinago gallinago) é uma ave limícola migradora de passagem e invernante, comum no nosso país.
Possui um grande bico que é quase o dobro da longitude da cabeça e que se nota inclusive em voo, e é utilizado como sonda quando se alimenta dentro de água, enterrando o bico com movimentos rápidos como uma máquina de costura. A plumagem é estriada e possui os flancos barrados com o ventre branco e patas compridas e esverdeadas. Na coroa possui uma lista média clara e uma larga lista superciliar creme.




A narceja-comum levanta voo do solo de forma imprevisível fugindo em velozes ziguezagues e elevando-se em altitude. Durante as paradas nupciais executa um voo picado em “montanha russa” e as suas rectrizes exteriores produzem um som que faz lembrar uma cabra, daí ser conhecida popularmente por cabra-do-ar e cabra-velha.

Durante o inverno a narceja-comum encontra-se por todo o território nacional sendo mais abundante no litoral e nas várzeas de grandes rios como o Mondego, o Tejo e o Sado. Frequenta terrenos alagados de água doce ou salobra, (embora nestes últimos seja menos numerosa), com alguma vegetação como prados e restolhos de arroz ou outros terrenos agrícolas alagados, bem como pastagens encharcadas, sendo os seus habitats de eleição os pauis com caniço, junco e áreas de erva curta e lama, onde podem ser vistas concentrações destas aves de mais de uma centena.

As primeiras narcejas migradoras chegam ao nosso país no princípio de Agosto, apesar de a espécie ser pouco frequente até ao final de Setembro, sendo observadas com mais frequência em Outubro. A maioria das aves invernantes abandona o nosso país entre Março e Abril podendo ainda ser observados alguns indivíduos em Maio. Estas aves invernantes provêm de uma vasta área que vai da Islândia, e do Reino Unido à Finlândia, à ex-Checoslováquia, à Áustria e à Ucrânia.

Em Portugal existe uma população nidificante residual de narceja-comum que se encontra em risco de extinção na região do Barroso (Montalegre). A sua época de nidificação é (ou era) bastante alargada encontrando ninhos com ovos no princípio de Maio ao início de Agosto, estes encontram-se muito bem escondidos no chão entre erva relativamente curta. Normalmente colocam 4 ovos durando a incubação 18 a 21 dias e as crias estão aptas a voar aos 19-21 dias de idade. 

A narceja-comum alimenta-se sobretudo de insectos (adultos e larvas), moluscos e oligoquetas.

As suas principais ameaças são a consequente perda de habitat e o facto de a narceja-comum ser uma espécie cinegética em Portugal, apesar de o impacto da caça nas populações ser ainda desconhecido. 



CERVAS participou na comemoração do Dia da Floresta Autóctone em Manteigas


No dia 23 de Novembro de 2012 foi comemorado o Dia da Floresta Autóctone em Manteigas, numa acção promovida pelo Município local.


À semelhança de anos anteriores, o CERVAS foi convidado a participar, bem como outras entidades da região, tendo cada uma delas promovido diferentes actividades relacionadas com a protecção e conhecimento da Floresta.



Após a caminhada na floresta que incluiu apanha de bolotas e cogumelos silvestres, os participantes dedicaram-se ao envasamento de plantas e algumas brincadeiras, e no final o CERVAS realizou uma breve palestra de campo sobre o trabalho que desenvolve, com referências a algumas das ameaças à conservação das aves selvagens.


Esta acção incluiu a devolução à Natureza de um melro-preto (Turdus merula) adulto que tinha ingressado no centro após ter sido apreendido pelo SEPNA/GNR por se encontrar em cativeiro ilegal.


O CERVAS agradece o convite ao Município de Manteigas e continua disponível para futuras acções de colaboração.

Devolução à Natureza de uma narceja-comum em Seia


No dia 21 de Novembro às 16:30 foi devolvida à Natureza uma narceja-comum (Gallinago gallinago) em Seia.


Esta ave tinha ingressado no CERVAS através do SEPNA/GNR de Santa Comba Dão após ter sido encontrada no chão, junto ao respectivo quartel, possivelmente devido a colisão com alguma estrutura.


No momento do ingresso a ave apresentava boa condição física e ausência de lesões, mas tinha alguma descoordenação motora e incapacidade de se manter em pé. Após repouso e estabilização a recuperação foi rápida.



A devolução à Natureza foi realizada junto de áreas agrícolas, com zonas alagadas, por se tratar de um habitat adequado para esta espécie invernante.


Devolução à Natureza de uma coruja-do-mato em Gouveia


No dia 11 de Novembro de 2012 foi devolvida à Natureza uma coruja-do-mato (Strix aluco) em Gouveia.


Esta ave tinha ingressado no CERVAS após ter sido atropelada e apresentava descoordenação motora e incapacidade de se manter em pé. A recuperação passou por estabilização, alimentação, e posterior treino de voo e caça em contacto com outras corujas-do-mato.


A acção foi incluida no programa de uma actividade da Associação ALDEIA em Gouveia, a saída de campo de introdução à identificação de cogumelos silvestres, e a ave foi devolvida à Natureza por uma das participantes.


O local escolhido para a libertação foi uma zona florestal próxima do CERVAS e do Parque Ecológico de Gouveia por reunir as condições necessárias para esta espécie.

Saída de campo: Introdução à identificação de cogumelos silvestres. 11 de Novembro de 2012


No dia 11 de Novembro de 2012 a Associação ALDEIA organizou mais uma saída de campo de introdução à identificação de cogumelos silvestres em Gouveia.


Nesta actividade participaram 15 pessoas de várias zonas do centro e norte do país que tiveram a possibilidade de contactar com uma grande variedade de espécies de cogumelos em diferentes tipos de habitats do concelho de Gouveia.


A introdução aos conceitos básicos relacionados com a recolha e identificação no campo teve lugar de manhã durante um percurso a pé num carvalhal na periferia da cidade.


A diversidade e quantidade de cogumelos existentes permitiu uma recolha de vários exemplares para posterior identificação sendo ainda possível a colheita alguns para fins gastronómicos depois de devidamente identificados no campo.


Após paragem para almoço no Curral do Negro o grupo seguiu para pinhais e soutos na zona de Folgosinho, de forma a conseguir detectar diferentes espécies mais características desses tipos de habitats florestais.


A parte final da actividade decorreu nas instalações do CERVAS, local que os participantes tiveram também a oportunidade de ficar a conhecer e onde foram surpreendidos com a possibilidade de assistir à devolução à Natureza de uma coruja-do-mato (Strix aluco) recuperada no centro.


Ao final da tarde procedeu-se à identificação dos exemplares de cogumelos recolhidos com recurso a bibliografia especializada e através da observação das diferentes características macroscópicas.


Até ao momento foi possível chegar à identificação de mais de 50 espécies, elevando o número de espécies identificadas em Gouveia no presente Outono para cerca de uma centena.



Devolução à Natureza de um gavião em Viseu


No dia 9 de Novembro de 2012 às 15:30 foi devolvido à Natureza um gavião (Accipiter nisus) em Viseu.


Esta acção decorreu no Jardim Escola João de Deus, junto ao parque do Fontelo, local próximo de onde a ave tinha sido encontrada ferida algumas semanas antes.


A acção incluiu duas palestras para dois grupos de crianças através das quais quais foi possível apresentar as diferentes espécies de aves de rapina portuguesas e algumas das suas características.



Posteriormente realizou-se a libertação da ave antes do magusto no qual participaram todas as crianças, funcionárias e professoras da escola, bem como elementos do SEPNA/GNR de Viseu que tinham feito o transporte da ave para o CERVAS.



Este gavião tinha ingressado no centro com problemas neurológicos possivelmente derivados de colisão contra alguma estrutura e tinha sido recolhido por um particular que o entregou à PSP-Viseu, que posteriormente entregou o animal ao SEPNA/GNR.


O CERVAS agradece a disponibilidade e interesse demonstrado pelo Jardim Escola João de Deus e está disponível para futuras acções de colaboração.

Devolução à Natureza de um gavião em Tourais, Seia


No dia 9 de Novembro de 2012 às 10:30 foi devolvido à Natureza um gavião (Accipiter nisus) em Tourais, Seia.


Esta acção decorreu na escola EB2,3 Tourais-Paranhos, local onde a ave tinha sido encontrada ferida após colisão contra uma janela.


Antes da libertação foram realizadas duas sessões de educação ambiental com as crianças durante as quais foi possível apresentar as diferentes espécies de aves de rapina existentes em Portugal e as suas principais características.


O gavião juvenil tinha sido encontrado por um funcionário da escola que o entregou ao CISE, que por sua vez o encaminhou para o CERVAS através de uma equipa da GNR.


No momento do ingresso no CERVAS a ave apresentava descoordenação motora, incapacidade de se manter em pé e problemas numa das asas. Durante o curto processo de recuperação de menos de 1 mês este indivíduo esteve em contacto com outro gavião durante a fase de treino e musculação.


A devolução à Natureza decorreu no interior da área da escola, num local próximo daquele onde tinha sido encontrada ferida e junto a uma área florestal.


O CERVAS agradece a disponibilidade e interesse da escola EB2,3 de Tourais - Paranhos e está disponível para futuras acções de colaboração

Devolução à Natureza de um mocho-galego em Santiago, Seia


No dia 2 de Novembro de 2012 às 17h foi devolvido à Natureza um mocho-galego (Athene noctua) em Santiago, Seia.


A acção foi realizada em parceria com o Jardim de Infância de Santiago, local onde decorreu previamente uma pequena oficina sobre aves de rapina nocturnas.


Nesta sessão os alunos e professores tiveram oportunidade de assistir a uma palestra e contactaram com diversos tipos de materiais biológicos e pedagógicos que permitiram uma introdução teórico-prática antes da libertação da ave.


De seguida procedeu-se à devolução do mocho à Natureza num local próximo de onde tinha sido encontrado cerca de 4 meses antes, após ter caído do ninho num telhado de uma habitação.


No momento do ingresso no CERVAS esta ave juvenil apresentava uma fractura numa das pernas, como consequência da queda, e o processo de recuperação consistiu em imobilização e repouso, seguido de fisioterapia e treino de voo e caça em contacto com outros mochos-galegos.


O CERVAS agradece a disponibilidade, participação e interesse do Jardim de Infância de Santiago e está disponível para futuras acções.