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Espécie do mês de Novembro: Açor

Foto: Adulto de açor (Accipiter gentilis)

O açor (Accipiter gentilis), pertencente à família Accipitridae, é uma ave de rapina diurna, de tamanho médio, com asas largas e cauda comprida. É uma espécie residente em Portugal, relativamente rara ou pouco comum. É uma ave de hábitos discretos e é bastante semelhante na forma e padrão da plumagem ao gavião (Accipiter nisus), distinguindo-se deste sobretudo pelas maiores dimensões, asas robustas, cauda proporcionalmente mais comprida e cabeça projectada. Os adultos apresentam um tom acinzentado no dorso, e no peito e abdómen são esbranquiçados com barras horizontais de cor cinzento-escuro; os imaturos têm manchas verticais castanho-escuras em forma de gotas sob um fundo laranja-acastanhado; enquanto juvenis a íris dos olhos é amarelada e vai ficando avermelhada com a idade. Não existe dimorfismo sexual na plumagem, no entanto é possível separa-los pelo seu tamanho e peso, normalmente a fêmea é bastante maior (macho com comprimento máximo de cerca de 55 cm enquanto a fêmea pode alcançar os 64 cm) e mais pesada que o macho (as médias do peso para o macho estão perto dos 850g e para a fêmea perto de 1,5 kg).

Foto: Açores (Accipiter gentilis) adultos em recuperação

Foto: Açor (Accipiter gentilis) juvenil

Esta espécie a nível mundial encontra-se distribuída por toda Europa, pela maioria da Ásia e América do Norte. Em Portugal, o açor ocorre sobretudo no Norte e Centro do país, particularmente ao longo da faixa litoral, sendo escasso e de distribuição irregular no Sul. É uma ave de rapina tipicamente florestal (podendo ser encontrada num vasto leque de biótopos florestais que incluem carvalhais, pinhais e matas mistas de folhosas e resinosas) que surpreende pela agilidade do seu voo poderoso por entre as árvores de um bosque. Frequenta sobretudo mosaicos de floresta, matos e terrenos agrícolas, quer ao nível do mar quer em zonas de montanha. O açor tanto pode ser encontrado a voar por entre a ramagem das árvores de bosques densos, como planando acima das mesmas em correntes térmicas ascendentes e por vezes é possível observa-los poisados com o corpo erecto. É uma espécie discreta (já que frequentemente habita zonas pouco acessíveis ou, em geral, densamente florestadas) e relativamente mal conhecida em Portugal. Na última estimativa populacional desta espécie (2004) a BirdLife International estimou a população nacional em 50-200 casais, no entanto esta e outras estimativas devem ser consideradas com alguma precaução, pois resultam de amostragens de zonas de território bastante limitadas, podendo não reflectir correctamente a realidade nacional.

Foto: Açor (Accipiter gentilis) juvenil

O açor é uma espécie monogâmica e o casal mantém-se junto toda a vida; normalmente cria pela primeira vez aos 2-3 anos de idade e constrói os ninhos em árvores de grande porte que podem ser reutilizados em anos sucessivos, embora muitos casais possuam um ou mais ninhos no seu território; ambos os sexos ajudam na construção do ninho. Na Europa, as posturas são normalmente compostas por 3 ou 4 ovos; a incubação dura entre 35 e 38 dias e as crias ficam aptas a voar ao fim de 35-42 dias, tornando-se independentes com cerca de 70 dias de idade. Existem poucos dados sobre a biologia de reprodução da espécie em Portugal. Em alguns locais, o período de reprodução tem início em finais de Março (altura em que pode ser mais facilmente observado durante as paradas nupciais), prolongando-se até finais de Junho. Observam-se juvenis voadores a partir de finais de Junho ou princípios de Julho. O açor é uma espécie essencialmente residente na Península Ibérica, que efectua apenas movimentos dispersivos.

Foto: Açor (Accipiter gentilis) adulto

A dieta do açor é variada, podendo incluir aves, mamíferos e répteis. Captura preferencialmente aves, seguindo o princípio de que a espécie mais numerosa e de tamanho mais conveniente é a que mais se captura, podem-se observar diferenças locais consideráveis na dieta do açor. Sendo assim, e com base num estudo feito em 2001, verificou-se que as aves foram o grupo de animais mais consumido (87% das presas), e neste grupo os pombos-domésticos foram a presa mais importante, quer em termos numéricos quer em termos de biomassa. Os outros grupos de animais que constituíram a sua dieta foram mamíferos, répteis e coleópteros.

A esta espécie foi atribuído pelo ICNB em 2005 o estatuto de "Vulnerável" pois verifica-se uma população muito reduzida.

Os principais factores de ameaça são o abate ilegal e a captura e cativeiro ilegal (destruição de ninhos e roubo de crias); os incêndios florestais, o corte e abate de árvores, e a reconversão de grandes manchas de floresta em eucaliptal que provocam a fragmentação do habitat e diminuem os locais óptimos de nidificação; o envenamento por pesticidas e metais pesados através das presas que consome e, possivelmente, tricomoníase e candidíase por consumo de pombos.

Foto: Açor (Accipiter gentilis) juvenil vítima de cativeiro ilegal (rectrizes todas cortadas)

22 de Novembro 2010: Educação ambiental no Louriçal


No passado dia 22 de Novembro, a convite da Junta de Freguesia do Louriçal, os técnicos do CERVAS dinamizaram uma palestra para mais de 140 alunos e professores das turmas do 8º ano do Instituto D. João V no Louriçal - Pombal onde foram abordados diferentes temas, com especial relevância para o trabalho desenvolvido num centro de recuperação de animais selvagens, e para importância dos mesmos na conservação do património biológico e natural.


Fique a saber mais clicando aqui.

21 de Novembro 2010: Cogumelos Silvestres - Acção de Sensibilização

No dia 21 de Novembro, a convite da Associação Cultural e Juvenil da Ribeirinha de Trancoso, a ALDEIA/CERVAS realizou uma acção de esclarecimento sobre cogumelos silvestres, destinada à população da aldeia de Reboleiro, Trancoso. Nesta sessão estiverem presentes cerca de 40 pessoas, algumas delas com experiência na apanha de cogumelos, principalmente os conhecido"míscaros", ou Tricholoma equestre. O principal objectivo da acção foi disponibilizar informação sobre os principais grupos de cogumelos, a importância dos mesmos no funcionamento dos ecossistemas, as regras de conduta e apanha mais adequadas, os riscos de intoxicações, e alguns aspectos relacionados com a legislação portuguesa.


O CERVAS vai à escola

Na semana de 15 a 19 de Novembro de 2010 o CERVAS dinamizou e orientou uma aula para cerca de 150 alunos das diferentes turmas de 5ºano do Agrupamento de Escolas de Gouveia e de Vila Nova de Tázem. Nestas aulas abordaram-se diferentes temas que demonstraram a importância da conservação do património biológico e natural, dos ecossistemas e sua biodiversidade.


As aulas tiveram uma duração de 45 a 90 minutos e de alguma forma serviram para introduzir a matéria que os professores irão leccionar. Os técnicos do CERVAS fizeram uma apresentação aos alunos sobre o trabalho desenvolvido num centro de recuperação, e o que fazer se encontrarem um animal ferido. Foram também abordadas as diferentes características que os animais possuem que lhes permitem ocupar diferentes nichos ecológicos. Para isso recorreu-se ao Kit de Educação Ambiental do CERVAS onde os alunos puderam ver essas diferenças directamente no material biológico que constitui o kit.


Projecto BARN: Censo de Aves Invernantes nas Áreas Agrícolas e Agro-florestais de Gouveia

De Novembro de 2010 até ao início de Março de 2011 o Projecto BARN do CERVAS/ALDEIA, realiza um censo de aves invernantes nas áreas menos elevadas do concelho de Gouveia, predominantemente constituídas por uma paisagem agrícola e agro-florestal. O objectivo do censo é aumentar o conhecimento das aves que ocorrem durante o Inverno nestas áreas, nomeadamente as espécies presentes, a distribuição e a abundância das mesmas. A influência da Serra da Estrela sobre a área de estudo poderá levar à ocorrência, a baixas altitudes (inferior a 1000 metros), de espécies que não se encontram noutras regiões do País mas que ocorrem regularmente no Inverno na Serra da Estrela.

As metodologias escolhidas são baseadas nos métodos de contagem de aves por pontos e contagem de aves por transeptos, estes últimos agrupados em percursos. Assim, foram seleccionadas 6 quadrículas 5x5 km, perfazendo um total de 150 quadrículas 1x1 km, cobrindo a maior parte das áreas agrícolas e agro-florestais de Gouveia. Em cada quadrícula 5x5 km foram estipulados 5 percursos (que ligam 5 pontos de amostragem) e 150 pontos de amostragem (um ponto de amostragem por cada uma das quadrículas 1x1 km). O tempo de permanência em cada ponto de amostragem é de 15 minutos. O ritmo de caminhada nos transeptos será, sempre que possível, constante e relativamente lento. Os percursos terão em média 5,5 km de comprimento e demorarão cerca de 5 horas.

As datas das saídas vão sendo publicadas neste blogue e caso esteja interessado em participar neste censo, deverá enviar um e-mail para projectobarn@gmail.com ou contactar-nos através dos seguintes contactos telefónicos: 912 919 174 (Projecto BARN) ou 934 811 361 (André Aguiar).

Veja as datas das próximas saídas aqui

Libertações: 16 e 17 de Novembro de 2010

16 de Novembro de 2010, Terça-feira
14:00h - Devolução à natureza de um açor (
Accipiter gentilis)
Mata da Margaraça - Freguesia de Benfeita - Arganil



Esta ave era um juvenil que após ter caído do ninho durante um abate de árvores foi mantida numa situação de cativeiro ilegal, em casa de um particular, tendo sido apreendida pela equipa do SEPNA da GNR de Anadia. Na altura do seu ingresso neste centro verificou-se que a plumagem de voo tinha sido cortada de forma intencional e que apresentava sinais ligeiros de domesticação. O seu processo de recuperação passou por permitir que decorresse uma muda natural das penas danificadas e ainda no contacto com animais selvagens da mesma espécie, de modo a que a ave recuperasse os comportamentos normais. Para além disso, foi submetida a treinos de voo e de caça. A sua devolução à natureza decorreu num local adequado à espécie.



No momento de devolução à natureza deste açor estiveram presentes cerca de 20 pessoas, entre as quais os idosos do Centro Paroquial e Social de Benfeita, técnicos do ICNB - Paisagem Protegida da Serra do Açor, um vigilante da natureza, os funcionários da Mata da Margaraça e técnicos do CERVAS. Esta ave foi baptizada de 'Benjamim'.





O CERVAS agradece o apoio e colaboração na organização e divulgação desta actividade ao ICNB, em concreto às técnicas da PPSA - ICNB.


17 de Novembro de 2010, Quarta-feira
10:00h - Percurso pedestre pela Mata Nacional do Buçaco

12:15h - Devolução à natureza de um açor (
Accipiter gentilis)
Mata Nacional do Buçaco - Freguesia do Luso - Mealhada


Esta ave, à semelhança do açor devolvido à natureza no dia 16, foi fruto da mesma apreensão efectuada pelo SEPNA/GNR de Anadia a um particular que após um abate de àrvores recolheu as crias e as manteve em cativeiro. Chegou ao centro ainda juvenil, com as penas de voo todas cortadas intencionalmente o que obrigou a que estes animais permanecessem aproximadamente um ano e cinco meses em recuperação no CERVAS de forma a efectuar a muda completa dessas penas. Apresentava sinais ligeiros de domesticação e o seu processo de recuperação passou por, além da muda natural das penas danificadas, pelo contacto com animais selvagens da mesma espécie de modo a que a ave recuperasse os comportamentos normais, e também foi submetida a treinos de voo e de caça. A sua devolução à natureza decorreu num local adequado à espécie.

O dia começou com um percurso pedestre pela fascinante Mata do Buçaco, onde as biólogas e investigadoras Drª Rosa Pinho (UA), Drª Lísia Lopes(UA) e a Drª Milene Matos abordaram a diversidade de fauna e flora da Mata e a importância da mesma para a conservação da biodiversidade na região centro.



Dentro da Mata é possível encontrar uma zona em que o coberto vegetal seria muito semelhante à floresta que se poderia encontrar no passado, a Floresta Climácica, e que , na Mata do Buçaco, apresenta uma associação única de plantas em Portugal. Durante o percurso foi-se ao local onde se encontram algumas árvores que foram consideradas notáveis, quer pela sua dimensão, importância histórica ou singularidade, num estudo desenvolvido pelas investigadoras. A Mata apresenta cerca de 270 espécies diferentes de árvores e arbustos (a maior parte árvores exóticas) formando um arboreto magnifico e também se destaca por ser um local com elevado interesse histórico e religioso.



Em relação à fauna, a Mata do Buçaco alberga um grande número de vertebrados, sendo um dos locais mais importantes da região centro para a reprodução de algumas espécies de morcegos. Na mata pode-se encontrar salamandra-lusitânica (
Chioglossa lusitanica), um endemismo ibérico, entre outras espécies de anfíbios, répteis e também de mamíferos. Dada a área da Mata Nacional do Buçaco este é um local extremamente interessante do ponto de vista científico, e mesmo lúdico, e com uma enorme biodiversidade.


A devolução à natureza desta ave foi nas Portas de Coimbra, e estiveram presentes cerca de 19 pessoas, entre as quais o Sr. Presidente da Fundação Mata do Buçaco e alguns técnicos da mesma, particulares, o SEPNA/GNR de Anadia, a quem agradecemos a sua presença, técnicos do CERVAS e as investigadoras que acompanharam o grupo durante a manhã. A ave foi baptizada de 'Bussaco' e contemplou os participantes com um voo magnifico, um momento único já que foi o seu primeiro voo em liberdade após um longo processo de recuperação.




O CERVAS agradece à Drª Rosa Pinho, Drª Lísia Lopes e Drª Milene Matos a sua presença nesta actividade, e à Fundação Mata do Buçaco pelo apoio e colaboração na organização e divulgação deste evento.

Para saber mais sobre a problemática do Cativeiro Ilegal carregue AQUI.

I Semana do Mocho-galego: Actividades


De 5 e 11 de Novembro de 2010, realizou-se a I Semana do Mocho-galego (Athene noctua). Esta semana temática que teve lugar em diferentes localidades, teve como principais actividades a devolução à natureza de mochos-galego que estiveram em recuperação no CERVAS e que se encontravam aptos a regressar aos seus habitats naturais. Para além disso, foram também realizadas acções de educação ambiental com o objectivo de sensibilizar as populações locais para a importância destas aves e para o trabalho realizado nos centros de recuperação, bem como uma palestra sobre a biologia e conservação desta espécie.


05 de Novembro de 2010, Sexta-feira

15:30 - Devolução à natureza de um mocho-galego
Santuário de Nossa Senhora do Chão dos Calvos, Mortágua

Esta ave foi encontrada por um particular, após ter sido vítima de atropelamento e foi encaminhada para o CERVAS por intermédio da equipa do SEPNA da GNR de Sta. Comba Dão. No momento do seu ingresso o animal apresentava uma fractura do fémur, pelo que a sua recuperação passou pelo tratamento das lesões e em alimentação adequada e numa fase posterior foi colocado em contacto com animais da mesma espécie, tendo realizado treinos de voo e de caça.



No momento de devolução à natureza desta ave estiveram presentes cerca de 25 pessoas, na sua maioria alunos e professores do Jardim Escola e do 1º Ciclo da Freguesia de Pala, elementos do SEPNA/GNR de Sta. Comba Dão, um fotógrafo do Munícipio de Mortágua, um jornalista local e populares. Esta ave foi baptizada de 'Palinha'. Antes desta devolução à natureza, a equipa do CERVAS dinamizou uma oficina de educação ambiental onde abordou temas como o trabalho num centro de recuperação de animais selvagens e a sua função na conservação da natureza e também das diferentes aves de rapina nocturnas, realçando a biologia do mocho-galego.




16:00 - Devolução à natureza de um mocho-galego

E. B. I de S. Vicente de Pereira Jusã, Ovar


Esta ave foi encontrada por um particular quando ainda era um juvenil e não tinha plenas capacidades de voo. Foi entregue no Parque Biológico de Gaia pela Equipa do SEPNA da GNR de Ovar, tendo sido posteriormente encaminhada até ao CERVAS, permitindo que esta ave pudesse ficar em contacto com aves da mesma espécie, aumentando assim a probabilidade de sucesso de recuperação. Para além disso, o seu processo de recuperação passou por um alimentação adequada para que houvesse um normal desenvolvimento físico e da plumagem, bem como treinos de voo e caça, tendo sido devolvida à natureza perto do local onde foi encontrada.




Na sua libertação estiveram presentes cerca de 160 pessoas, na sua maioria alunos da E.B.I de S. Vicente Pereira, bem como professores e funcionários do mesmo estabelecimento de ensino. Estiveram também presentes representantes da Câmara Municipal de Ovar, da Junta de Freguesia de S. Vicente Pereira Jusã e a Equipa do SEPNA da GNR de Ovar. A ave foi baptizada de “Vicente” pelos alunos da escola.




18:00 - Devolução à natureza de um mocho-galego

Pavilhão Desportivo do Estádio João Cardoso, Tondela


Esta ave foi encontrada por um particular, após ter sido vítima de atropelamento e foi encaminhada para o CERVAS por intermédio de Vigilantes da Natureza. No momento do seu ingresso o animal apresentava uma fractura do fémur, pelo que a sua recuperação iniciou-se com a imobilização e consolidação da fractura. Numa fase posterior, a ave foi colocada em contacto com animais da mesma espécie, tendo ainda sido submetida a treinos de voo e de caça.



A devolução à natureza desta ave realizou-se no âmbito da inauguração da I Exposição Ibérica de Aves de Tondela, onde estiveram presentes cerca de 45 pessoas, entre as quais se encontravam o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Tondela e autarcas do Município de Tondela, membros do Clube Ornitológico de Tondela, jornalistas da região, participantes da exposição, entre outros. A ave foi baptizada de 'Tondela'.




08 de Novembro de 2010, Segunda-feira
16:00 - Devolução à natureza de um mocho-galego

Outeiro de São Miguel, Freguesia de Arrifana, Guarda


Esta ave foi encontrada dentro das instalações do Outeiro de S. Miguel por um particular, tendo sido recolhida e encaminhada para o CERVAS pela equipa do SEPNA da GNR de Manteigas. O animal apresentava alguns sinais de debilidade, pelo que o seu processo de recuperação consistiu essencialmente em alimentação adequada e no contacto com animais da mesma espécie, tendo sido ainda submetida a treinos de voo e caça.




A preceder a devolução à natureza deste animal, os técnicos do CERVAS dinamizaram uma palestra para os alunos do pré-primário até ao 9º ano de escolaridade, professores e funcionários da Escola do Outeiro de S. Miguel - Arrifana, Guarda - onde se abordaram temas como a diversidade de fauna selvagem em Portugal e mais concretamente das aves de rapina nocturnas, descrevendo em particular a biologia do mocho-galego, e o trabalho que é desenvolvido num centro de recuperação de animais selvagens. A devolução à natureza contou com a presença de muitos jovens que baptizaram a ave de 'Gasparinho'.




09 de Novembro de 2010, Terça-feira
17:00 - Palestra “Mocho-galego - Biologia e Conservação”

Auditório da Delegação do Parque Natural da Serra da Estrela


A bióloga Lúcia Lopes realizou uma apresentação sobre alguns aspectos da biologia do mocho-galego, desde distribuição ao comportamento reprodutor, mostrando também alguns dos resultados obtidos com o trabalho realizado no âmbito do BARN. Foi também feita uma abordagem sobre alguns factores de ameaça desta espécie, bem como medidas de conservação que poderão ser aplicadas.





10 de Novembro de 2010
15:00 - Devolução à natureza de um mocho-galego

Reservatório de Água de Cadaixo, Miranda do Corvo


O mocho-galego libertado foi encontrado, ainda juvenil, com suspeita de atropelamento por um particular, tendo sido encaminhada até ao CERVAS pela Equipa do SEPNA da Lousã. Já no centro passou pelo processo de recuperação que consistiu em terapia de suporte de forma a recuperar da fractura no asa. Após recuperada da lesão, foi colocada em contacto com outras aves da mesma espécie e submetida a treinos de voo e caça, encontrando-se apta a ser devolvida à natureza.



Durante a devolução à natureza estiveram presentes cerca de 45 pessoas, na sua maioria alunos, professores e funcionários da E.B.1 de Pereira. Estiveram também representadas a Junta de Freguesia de Miranda do Corvo, a Câmara Municipal de Miranda do Corvo, a GNR e os B. V. de Miranda do Corvo. A ave foi baptizada de “Pereirinha”.





17:00 - Devolução à natureza de um mocho-galego

Cemitério de Eiras, Coimbra


Esta ave foi encontrada ingressou no CERVAS com suspeita de trauma, de origem desconhecida, tendo sido encaminhada por um técnico do ICNB da Reserva Natural do Paul de Arzila. Como não apresentava lesões preocupantes, o seu processo de recuperação foi relativamente simples, passando por uma alimentação adequada, treinos de voo e caça e contacto com aves da mesma espécie, de forma a não perder comportamentos típicos da natureza.



Para assistir à sua devolução à natureza estiveram presentes 5 pessoas, entre representantes da Junta de Freguesia de Eiras e populares, tendo baptizado a ave de “Tojal”.






11 de Novembro, Quinta-feira

16:30 - Devolução à natureza de um mocho-galego

Vila Cortês da Serra, Gouveia


Esta ave ingressou no CERVAS com suspeita de atropelamento, apresentando uma fractura do tíbio-tarso, bem como outras lesões compatíveis com esta causa, tendo o seu processo de recuperação passado por uma terapia de suporte de forma a recuperar a sua condição física. Após recuperar da fractura foi colocada em contacto com aves da mesma espécie para não perder comportamentos tipicamente selvagens. Finalmente foi submetida a treinos de voo e caça.



No momento da sua devolução à natureza estiveram presentes cerca de 30 pessoas, entre populares e representantes da Junta de Freguesia local. A ave foi baptizada de “Martinho”.






Agradecemos a todos que colaboraram na realização de todas as actividades integradas nesta I Semana da Mocho-galego, em especial às Juntas de Freguesia pelo apoio na divulgação das devoluções à natureza junto das entidades e populações locais.

Libertação: 08 de Novembro de 2010

08 de Novembro de 2010, Segunda-feira
11.00h - Devolução à natureza de um grifo (Gyps fulvus)
Arribas com vista para o Côa entre Figueira de Castelo Rodrigo e Cidadelhe (Reserva da Faia Brava)


Esta ave juvenil ingressou no CERVAS num estado de grande debilidade. Foi encontrada por particulares e posteriormente recolhida e encaminhada para o centro por intermédio das equipas de Vigilantes da Natureza do Parque Natural da Serra de São Mamede e do Parque Natural da Serra da Estrela. O seu processo de recuperação consistiu numa alimentação adequada de forma a atingir o seu peso normal e uma boa condição física, em treinos de voo e no contacto com animais da mesma espécie. A sua devolução à natureza realizou-se num local que reúne as condições adequadas para a espécie.



No momento de devolução à natureza estavam presentes 3 pessoas que baptizaram o animal de 'Penedo'. Agradecemos à associação ATN pelo esforço desempenhado na divulgação desta acção.

Libertaçoes: 04 e 05 de Novembro de 2010

04 de Novembro, Quarta-feira
15.00h - Devolução à natureza de um melro (Turdus merula)
Tondela, I Exposição Ibérica de Aves de Tondela

Esta ave encontrava-se numa situação de cativeiro ilegal, em casa de um particular, tendo sido apreendida por uma equipa do SEPNA da GNR. Foi encaminhada para o CERVAS e na altura do seu ingresso apresentava diversas penas de voo partidas devido às más condições em que se encontrava, pelo que o seu processo de recuperação passou por uma alimentação adequada, no contacto com animais da mesma espécie, e na muda da plumagem de voo.


Na devolução à natureza deste animal estiveram presentes cerca 50 pessoas, na sua maioria alunos do 1º ciclo das diversas escolas do Município de Tondela, assim como os seus professores, e estiveram presentes alguns elementos da organização da Exposição, membros do Clube Ornitológico de Tondela. Este melro era uma fêmea, já que apresentava uma coloração das penas mais acastanhada e o bico menos amarelo, foi baptizada de 'Vera'.



Durante a tarde o CERVAS desenvolveu uma oficina de educação ambiental para estas crianças, onde se falou do trabalho desenvolvido no centro, da fauna autóctone, e de algumas causas de ingresso de animais no centro, dando especial atenção à problemática do cativeiro ilegal, causa mais comum do ingresso deste grupo de animais nos centros de recuperação.


05 de Novembro de 2010, Quinta-feira
15.30 - Devolução à natureza de 2 pintarroxo (Carduelis cannabina)
Tondela, I Exposiçao Ibérica de Aves de Tondela

Estas aves encontravam-se numa situação de cativeiro ilegal, em casa de um particular, tendo sido apreendidas por uma equipa do SEPNA da GNR, que as encaminharam para o CERVAS. Na altura do seu ingresso apresentavam as penas de voo muito danificadas pelo que o seu processo de recuperação passou por permitir que as aves efectuassem a muda da plumagem de voo, para além de terem sido mantidas em contacto com animais da mesma espécie de forma a que recuperassem os comportamentos normais.


No momento de devolução à natureza destas aves estiveram presentes cerca de 15 pessoas, na sua maioria alunos da Escola Profissional de Tondela e alguns membros da organização da Exposição. As aves foram baptizadas de 'Filipa' e 'Taz'. Mais uma vez realçou-se a problemática do cativeiro ilegal, pois é a causa mais comum do ingresso deste grupo de animais nos centros de recuperação.


Durante a tarde a equipa do CERVAS desenvolveu uma oficina de educação ambiental, abordando temas como o trabalho nos centros de recuperação e a sua função na conservação, a fauna autóctone e as principais causas de ingresso de animais no centro.

Ao todo nestes dois dias ter-se-à realizado a oficina de educação ambiental para cerca de 125 alunos das diversas escolas do Municipio de Tondela.



O CERVAS quer desde já agradecer o convite do Clube Ornitológico de Tondela para dinamizar estas acções, acreditamos que a colaboração entre as diferentes entidades poderá contribuir para combater algumas das problemáticas associadas ao cativeiro de espécies selvagens.

PARA SABER MAIS SOBRE A PROBLEMÁTICA DO CATIVEIRO ILEGAL CLIQUE AQUI.

Curso: Introdução à Identificação e Conservação de Cogumelos Silvestres, 9ª edição


Nos dias 30 e 31 de Outubro, realizou-se em Gouveia a IX edição do Curso de Introdução à Identificação e Conservação de Cogumelos Silvestres, organizado pela associação ALDEIA, com o objectivo de dotar os participantes de conhecimentos básicos para a identificação de cogumelos silvestres, recorrendo a um conhecimento da ecologia destes fungos, sua morfologia, biologia e caracteres macroscópicos e microscópicos. Com esta actividade pretendeu-se também contribuir para a sensibilização da boa prática na recolha de cogumelos silvestres e dar a conhecer ao público a situação económica desta actividade em Portugal.






Durante o fim-de-semana as refeições foram confeccionadas por um chefe de cozinha convidado e os participantes tiveram a oportunidade de ajudar e participar na elaboração de diversos pratos com cogumelos, assim como puderam aprender diferentes métodos para a conservação de cogumelos silvestres e o seu uso na micogastronomia.




Esta actividade contou com a presença de 27 participantes, tendo tido a orientação dos formadores Rui Cardoso, Luís Morgado, Carlos Viçosa, Paula Mendes e Chefe Jorge Abílio Marques.

Na realização desta actividade a organização agradece o apoio da Águas da Serra da Estrela e da Câmara Municipal de Gouveia pela cedência das instalações da Escola Primária de Vinhó e ao ICNB - PNSE pela cedência do auditório da delegação de Gouveia.