Espécie do mês de Abril: Sapo-comum
Autor: Vasco Flores Cruz
O sapo-comum – Bufo bufo – é o maior anuro da fauna portuguesa e mede entre 60 a 150 mm de comprimento, embora algumas fêmeas possam ultrapassar estes valores. É um sapo com um corpo robusto e uma cabeça grande de forma mais ou menos arredondada e com focinho curto. Este animal corpulento tem os olhos grandes, com a pupila horizontal e íris de cor acobreada ou avermelhada, ligeiramente pigmentada de escuro. Tem os membros relativamente curtos e robustos, com quatro dedos nos anteriores e cinco nos posteriores. (1)
O dimorfismo sexual nesta espécie é pouco acentuado, no entanto as fêmeas alcançam tamanhos corporais superiores aos dos machos. As larvas são pequenas e medem entre 15 a 30 mm. (1)
É uma espécie que apresenta uma distribuição muito vasta, encontrando-se em grande parte da Europa, Ásia e Noroeste de África (2). Existem três subespécies de Bufo bufo na Península Ibérica, sendo que em Portugal ocorre apenas a subespécie B.b. spinosus. Distribui-se de Norte a Sul do país de forma contínua e regular (3).
O sapo-comum tem o corpo coberto de verrugas bem evidentes, considerado repugnante por muitos, e tem uma cor uniformemente acastanhada. A sua má reputação deve-se talvez à secreção leitosa e irritante, produzida por duas glândulas parótidas (grandes e proeminentes) bem visíveis lateralmente da cabeça. Esta secreção funciona como defesa contra potenciais predadores. (2)
Apesar da sua infama reputação, este sapo é inofensivo e um precioso aliado do Homem, já que se alimenta de lesmas, lagartas e insectos, alguns dos quais verdadeiras pragas para a agricultura. (2)
O sapo-comum ocorre numa grande variedade de biótopos, uma vez que não apresenta grandes restrições ecológicas. Adapta-se a quase todos os climas e habitats, e pode ser observado em zonas húmidas ou secas, abertas ou com vegetação densa, em meios naturais, cultivados ou nas imediações de áreas habitadas, desde o nível do mar até aos 1870 m de altitude na Serra da Estrela(3). É também frequentemente encontrado em zonas urbanas (2).
É uma espécie que apresenta hábitos essencialmente crepusculares e nocturnos (1). Durante o dia utiliza como esconderijo fissuras existentes nos muros, buracos em troncos apodrecidos ou galerias por ele escavadas. Pode ser encontrado debaixo de pedras que também usa como refugio. (3)
Reproduz-se, normalmente, entre Novembro e Abril, período em que os adultos recorrem ás áreas aquáticas (1). Estas áreas de reprodução são em geral, calmas e moderadamente profundas, como por exemplo, cisternas, tanques, barragens, rios e ribeiros de águas de correntes fracas (3). Para chegarem à água os sapos realizam longas migrações, podendo percorrer vários quilómetros em busca do local ideal de reprodução, escolhendo sempre o mesmo ao longo dos anos (1).
O sapo-comum ocorre numa grande variedade de biótopos, uma vez que não apresenta grandes restrições ecológicas. Adapta-se a quase todos os climas e habitats, e pode ser observado em zonas húmidas ou secas, abertas ou com vegetação densa, em meios naturais, cultivados ou nas imediações de áreas habitadas, desde o nível do mar até aos 1870 m de altitude na Serra da Estrela(3). É também frequentemente encontrado em zonas urbanas (2).
É uma espécie que apresenta hábitos essencialmente crepusculares e nocturnos (1). Durante o dia utiliza como esconderijo fissuras existentes nos muros, buracos em troncos apodrecidos ou galerias por ele escavadas. Pode ser encontrado debaixo de pedras que também usa como refugio. (3)
Reproduz-se, normalmente, entre Novembro e Abril, período em que os adultos recorrem ás áreas aquáticas (1). Estas áreas de reprodução são em geral, calmas e moderadamente profundas, como por exemplo, cisternas, tanques, barragens, rios e ribeiros de águas de correntes fracas (3). Para chegarem à água os sapos realizam longas migrações, podendo percorrer vários quilómetros em busca do local ideal de reprodução, escolhendo sempre o mesmo ao longo dos anos (1).
O amplexo (abraço apertado) faz parte do acasalamento do sapo-comum e de muitas outras espécies de anfíbios. Os machos dos anfíbios não têm pénis e portanto na maioria dos casos a fecundação é externa. Durante o acasalamento o macho coloca-se sobre a fêmea numa posição em que consiga fecundar os ovos à medida que a fêmea os vai pondo. Durante este processo abraça-a com toda a força para garantir a posição. Para se conseguirem manter nesta posição de amplexo, os machos de várias espécies, incluindo o sapo comum, desenvolvem rugosidades nos dedos. Estas rugosidades são úteis quando se pretende diferenciar os machos das fêmeas (4). As fêmeas podem depositar até 8000 ovos, distribuídos por cordões gelatinosos com vários metros de comprimentos. A maturidade sexual é atingida durante o terceiro ano de vida e normalmente podem viver até aos 7 – 10 anos, existindo registos que sugerem uma maior longevidade (1).
Alimentam-se essencialmente de centopeias, escaravelhos, moscas, borboletas, lesmas, minhocas, podendo até predar outros anfíbios. As larvas alimentam-se principalmente de matéria vegetal. Os seus principais predadores são as cobras-de-água, as víboras, alguns mamíferos, como a lontra e o toirão, e diversas aves, entre as quais se destacam a águia-calçada, a águia-cobreira e os milhafres (1).
Um dos principais factores de mortalidade desta espécie é o atropelamento, na época de reprodução, quando realizam as migrações para os locais de postura.
Um dos principais factores de mortalidade desta espécie é o atropelamento, na época de reprodução, quando realizam as migrações para os locais de postura.
Este animal ingressou no CERVAS vítima de atropelamento. O animal apresentava uma fractura na pata esquerda, em que o osso se encontrava completamente estilhaçado. O processo de recuperação deste animal consistiu na amputação da pata, e segundo alguma bibliografia estes animais conseguem sobreviver na natureza sem uma das patas anteriores, pelo que os técnicos do CERVAS devolveram este animal à natureza, junto ao Charco do CERVAS.
Para além disso a alteração ou destruição dos habitats onde vive e dos seus locais de reprodução (pela drenagem ou contaminação dos meios aquáticos, destruição da vegetação ribeirinha, silvicultura intensiva) esta a provocar um declínio generalizado das suas populações em grande parte da Península Ibérica e, em particular, nas zonas mais secas (2).
Outro dos factores que contribui para o seu declínio é a eutrofização dos charcos e albufeiras durante o Verão devido à pecuária intensiva, introdução de espécies exóticas e perseguição directa (2).
A conservação desta espécie depende, em larga medida, da conservação dos seus locais de reprodução (2).
Outro dos factores que contribui para o seu declínio é a eutrofização dos charcos e albufeiras durante o Verão devido à pecuária intensiva, introdução de espécies exóticas e perseguição directa (2).
A conservação desta espécie depende, em larga medida, da conservação dos seus locais de reprodução (2).
(1) Almeida, N. F.; Almeida, P. F.; Gonçalves, H.; Sequeira, F.; Teixeira, J.; Almeida, F. F., 2001. Anfibios e Répteis de Portugal . Guias Fapas, Porto.
(2)Loureiro, A.; Almeida, N. F.; Carretero, M. A.; Paulo, O. S., 2008. Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal. Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade, I.P. - Lisboa
(3)Lesparre, D.; Crespo, E.. A Herpetofauna do Parque Natural da Serra da Estrela. CISE - Munícipio de Seia
(4) http://anfibioserepteis.blogspot.com/
(2)Loureiro, A.; Almeida, N. F.; Carretero, M. A.; Paulo, O. S., 2008. Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal. Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade, I.P. - Lisboa
(3)Lesparre, D.; Crespo, E.. A Herpetofauna do Parque Natural da Serra da Estrela. CISE - Munícipio de Seia
(4) http://anfibioserepteis.blogspot.com/