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A mostrar mensagens de outubro, 2014

À descoberta dos cogumelos com o Jardim de Infância de Gouveia


No dia 30 de Outubro de 2014 o CERVAS dinamizou mais uma acção de educação ambiental na Cerca, em Gouveia, sobre cogumelos silvestres com o Jardim de Infância de Gouveia.


Esta acção, organizada no âmbito do programa Eco-Escolas em Gouveia teve como principal objectivo a divulgação da importância dos cogumelos silvestres que existem nas nossas florestas e a forma como se relacionam com os outros seres vivos.


Sempre que as crianças detectavam os fungos era feita a sua identificação no campo, sempre que possível, sendo apresentadas as principais características que poderiam ser avaliadas.


Todos os exemplares foram observados atentamente para que as crianças pudessem prestar a devida atenção às formas, texturas, cheiros e cores que os cogumelos apresentavam.



Também era dada a devida importância ao local onde os cogumelos apareciam, ao seu estado de desenvolvimento, para que as crianças pudessem compreender melhor os seus modos de vida e as suas funções no ecossistema.


Como acção complementar foi realizada a recolha do lixo existente na mata da Cerca, principalmente na zona envolvente ao anfiteatro, desde garrafas de vidro e plástico até diversos tipos de embalagens, que algumas pessoas continuam a deixar neste belo local de Gouveia.


O CERVAS agradece o empenho, interesse e entusiasmo das crianças e educadoras do Jardim de Infância de Gouveia e continua disponível para futuras acções em parceria que possam contribuir para uma ainda maior aproximação das crianças à biodiversidade que os rodeia.



Devolução à Natureza de 1 coruja-das-torres no Sabugueiro, Seia.


No dia 26 de Outubro de 2014 foi devolvida à Natureza uma coruja-das-torres (Tyto alba) no Sabugueiro, Seia.


Esta ave tinha sido encontrada junto à berma da estrada por habitantes locais que a entregaram de imediato no CERVAS.


No momento do ingresso no centro verificou-se que a coruja apresentava uma fractura numa das patas devido ao trauma violento.


O processo de recuperação consistiu na imobilização imediata do membro, e posteriormente a coruja passou para instalações onde estavam outras aves da mesma espécie para realização de treino de voo e caça.


A devolução à Natureza foi realizada num local próximo de onde a coruja-das-torres tinha sido encontrada, junto a uma linha de água e campos agrícolas na periferia da aldeia.




Devolução à Natureza de 1 mocho-galego em Abrunhosa do Mato, Mangualde


No dia 25 de Outubro de 2014 foi devolvido à Natureza um mocho-galego (Athene noctua) em Abrunhosa do Mato, Mangualde.


Esta ave tinha sido entregue voluntariamente por uma família que a tinha encontrado quando era uma pequena cria e que posteriormente a manteve em cativeiro durante algumas semanas, por não saber que a posse desta espécie autóctone protegida não era legal.


No momento do ingresso no CERVAS o mocho apresentava a plumagem ligeiramente deteriorada, algumas lesões resultantes da permanência numa gaiola desadequada e um comportamento alterado.


O processo de recuperação consistiu em socialização com outros mochos-galegos, muda da plumagem e treino de voo e caça.


A devolução à Natureza decorreu num local próximo de onde o mocho tinha sido encontrado inicialmente, junto a zonas florestais, campos agrícolas e vinhas, na periferia da aldeia.


Os cágados vão à escola em Abrunhosa-a-Velha, Mangualde.


No dia 23 de Outubro de 2014 o CERVAS realizou mais uma acção de sensibilização no âmbito do projecto "Os cágados vão à escola", desta vez na escola primária de Abrunhosa-a-Velha, Mangualde.


Tal como tinha acontecido anteriormente em escolas de Gouveia, Celorico da Beira e Fornos de Algodres, o principal objectivo foi divulgar a problemática da introdução de tartarugas exóticas na Natureza e o seu impacto sobre as espécies autóctones.


Os alunos e professoras foram convidadas previamente a levar para a escola as tartarugas exóticas que tivessem em casa para que se pudesse proceder à sua identificação, detecção de problemas (principalmente nutricionais e sanitários) que os animais pudessem ter e consequentemente explicar quais deveriam ser os cuidados a ter.


Como tem sido habitual, detectaram-se situações de problemas de desenvolvimento relacionados com mau maneio (ex: carências devido a alimentação desadequada) e, mais grave ainda, a posse de espécies cuja venda em lojas não é permitida, como é o caso da tartaruga-de-orelha-amarela (Trachemys scripta scripta).


A participação e o interesse de todos os alunos que participaram nas duas sessões foi muito grande e, por isso, foi possível esclarecer dúvidas e corrigir alguns conceitos errados que ainda existiam.


De seguida, junto ao rio Mondego, procedeu-se à devolução à Natureza de dois cágados-mediterrânicos (Mauremys leprosa) que estavam em recuperação no CERVAS e este momento permitiu divulgar esta espécie autóctone protegida e as suas ameaças.


Estes dois animais estavam em cativeiro ilegal em casa de particulares que os entregaram voluntariamente para que pudessem passar por um período de quarentena e avaliação no CERVAS, tendo em vista a sua devolução à Natureza.


Tal como também tem sido habitual, durante esta actividade foi possível obter informação sobre vários animais desta espécie que estarão em cativeiro ilegal em casa de pessoas da região e foi transmitida a informação que poderá permitir o resgate e futura libertação desses animais, caso estejam em boas condições.


O CERVAS agradece muito o interesse de todas as professoras, funcionárias e alunos da escola de Abrunhosa-a-Velha e está disponível para futuras acções de educação ambiental.

O CERVAS apresentou resultados no III Fórum de Sustentabilidade da ANA – Aeroportos de Portugal


No dia 17 de Outubro de 2014 o CERVAS participou no III Fórum de Sustentabilidade da ANA – Aeroportos de Portugal, que decorreu em Lisboa. Este evento contou com a participação de diversas entidades, nomeadamente a Vinci Airports, a TAP Portugal, a NAV Portugal, a LIPOR, a Câmara Municipal de Lisboa e a Caixa Geral de Depósitos, que apresentaram comunicações orais relacionadas com prioridades e desafios de ambiente. 


O CERVAS apresentou uma comunicação oral de 30 minutos com o título “O Contributo da ANA para a Conservação da Biodiversidade em Portugal através da Recuperação de Animais Selvagens – A experiência do CERVAS e do RIAS”. Através desta foram disponibilizados os resultados do trabalho levado a cabo pela Associação ALDEIA desde 2009 na gestão do CERVAS em Gouveia, no Parque Natural da Serra da Estrela e do RIAS, em Olhão, no Parque Natural da Ria Formosa. 


Esta participação foi muito importante para dar a conhecer o trabalho desenvolvido e que tem sido possível graças ao apoio financeiro que a ANA tem disponibilizado aos dois centros, no âmbito da Iniciativa Business & Biodiversity, em que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) também está envolvido. 


Desde 2009 até ao final de Setembro de 2014 ingressaram no CERVAS e RIAS 7090 animais (5590 vivos) e foram devolvidos à Natureza 2670. Foram realizadas 1383 acções de devolução à Natureza que envolveram 41930 pessoas principalmente nas regiões Centro e Sul de Portugal. A participação no evento promovido pela ANA teve como objectivo apresentar estes e outros resultados, tanto para que internamente a empresa possa divulgar aos seus funcionários os projectos que tem estado a apoiar mas também para que essa divulgação alcance outras empresas parceiras. 


O CERVAS agradece muito à ANA pelo convite para o evento bem como por todo o apoio que tem prestado desde 2009 e continua disponível para futuras acções em parceria.

Nota: As fotos foram gentilmente cedidas pela ANA.

Devolução à Natureza de 1 mocho-galego em Repeses, Viseu.


No dia 22 de Outubro de 2014 foi devolvido à Natureza um mocho-galego (Athene noctua) em Repeses, Viseu.


Esta acção foi promovida pelo SEPNA/GNR de Viseu em parceria com o CERVAS e decorreu nas instalações dos Infantinhos da Vilabeira, tendo sido dirigida às crianças e respectivas educadoras.


A primeira parte foi uma pequena palestra sobre aves de rapina nocturnas, com destaque para o mocho-galego, durante a qual foram apresentadas algumas características das espécies, recorrendo ao material biológico do kit de Educação Ambiental do CERVAS. Foram também apresentadas brevemente algumas das principais causas de ingresso e os procedimentos necessários quando se encontra um animal selvagem ferido.


De seguida, no exterior, próximo de zonas agrícolas e florestais foi devolvido à Natureza o mocho-galego, que tinha sido encontrado após atropelamento e encaminhado para o CERVAS através do SEPNA/GNR de Viseu.


O CERVAS agradece o convite para a realização desta acção e continua disponível para futuras iniciativas que contribuam para a Educação Ambiental da comunidade escolar da região.

Espécie-do-mês de Outubro 2014: Colhereiro


O colhereiro (Platalea leucorodia) é uma ave que apresenta um dos bicos mais característicos e estranhos da nossa avifauna, sendo por isso bastante fácil de identificar. Este bico tão particular, achatado e em forma de espátula é usado para varrer os lodos e fundos aquáticos em busca de alimento.
De corpo branco, e patas escuras, esta ave apresenta um penacho na nuca durante a época de reprodução, assim como uma pequena mancha amarela na garganta. 
Em voo, a sua silhueta é bastante característica, pescoço bem esticado para a frente e o bico bastante comprido,  o que o torna praticamente inconfundível. Os juvenis apresentam as pontas das asas escuras.


O colhereiro distribui-se essencialmente pelas zonas húmidas ao longo da faixa costeira, e também em alguns pontos do interior sul do país, sendo relativamente escasso no litoral norte. Pode ser observado durante todo o ano em Portugal, podendo haver no entanto indivíduos que são de ocorrência estival, outros de passagem e outros invernantes. Na Ria Formosa e na reserva de Castro Marim encontram-se as maiores concentrações nacionais de colhereiros fora da época de nidificação, sendo o estuário do Tejo uma das áreas mais importantes de passagem e de invernada desta espécie. A presença do colhereiro é regular durante as passagens migratórias e no inverno, em locais como no estuário do Sado e a lagoa de Santo André. Muitas aves provenientes de Espanha e Holanda (e possivelmente de outros países europeus) passam o Inverno no nosso país, havendo igualmente muitos juvenis desta espécie, provenientes de Espanha, que realizam movimentos de dispersão até Portugal.
Esta espécie frequenta estuários, salinas, aquaculturas, pauis, lagoas costeiras, arrozais e açudes, podendo nidificar e invernar tanto em zonas de água-doce, como em zonas com forte influência marinha.




O colhereiro é uma espécie gregária que nidifica em colónias, muitas vezes em conjunto com garças ou cegonhas. Estas colónias normalmente são instaladas em árvores que podem estar dentro ou fora de água. O colhereiro pode também nidificar em zonas de sapal, onde os ninhos ficam sobre a vegetação palustre. Os dados de reprodução desta espécie em Portugal, foram obtidos no Paul do Boquilobo, onde o início das posturas deu-se na última semana de Fevereiro com 2 a 6 ovos. A incubação dura 24 ou 25 dias e as crias estão aptas a sair do ninho com cerca de 30 dias, estando prontas para voar com 45-50 dias de idade. O colhereiro apenas cria uma ninhada por ano, podendo realizar posturas de substituição.

O colhereiro alimenta-se sobretudo de insectos e suas larvas, pequenos peixes, moluscos, crustáceos, rãs, girinos, vermes, sanguessugas, répteis e alguma matéria vegetal que apanha com o seu bico em forma de espátula.



Sabia que…

O colhereiro há muito tempo atrás nidificava em Portugal, acabando esta população nidificante por desaparecer por volta dos anos 70? Só recentemente a espécie recolonizou vários pontos da metade sul do país (primeiros registos datam de 1988 no Paul do Boquilobo). A população de colhereiro nidificante em Portugal parece ter continuado o seu crescimento até à actualidade, assim como se verifica com as populações invernantes e migratórias de passagem, que têm vindo a registar igualmente um aumento acentuado, possivelmente devido ao crescimento populacional na Europa Ocidental.


Bibliografia:

Aves de Portugal, consultado a 10/2014 em: http://www.avesdeportugal.info/plaleu.html
Catry, P., Costa, H., Elias, G. & Matias, R. 2010. Aves de Portugal: Ornitologia do Território Continental. Assírio & Alvim, Lisboa. ISBN: 978-972-37-1494-4.

O CERVAS participou nas comemorações do aniversário da Reserva Natural da Serra da Malcata


No dia 16 de Outubro de 2014 o CERVAS participou nas comemorações do aniversário da Reserva Natural da Serra da Malcata (RNSM) que decorreram em Penamacor.


Durante a manhã foram realizadas 2 sessões de Educação Ambiental dirigidas às crianças e professores do Centro Escolar de Penamacor, em simultâneo com um wokshop que decorreu na sede da RNSM.


Na primeira sessão participaram as turmas dos 3º e 4º anos e foi apresentado o trabalho do CERVAS, algumas das espécies com que o centro trabalha e as suas principais problemáticas de conservação.


De seguida, durante o intervalo, na presença de todos os alunos, funcionários e professores, foi devolvida à Natureza uma águia-d´asa-redonda (Buteo buteo) que estava em recuperação no CERVAS.


Esta ave tinha ingressado em 2013 com uma fractura e o processo de recuperação foi longo e consistiu em imobilização da asa afectada, e posteriormente treino de voo e musculação em contacto com outras aves de rapina diurnas durante o tempo necessário para a realização da muda de penas.


A devolução à Natureza foi realizada no exterior da escola, junto a uma zona florestal, num habitat adequado à espécie.


Durante a segunda metade da manhã foi realizada uma palestra para as crianças mais jovens, dos 1º e 2º anos, nos mesmos moldes da anterior.


Alguns dos temas que mereceram mais destaque foram o cativeiro ilegal de espécies protegidas, a problemática das espécies exóticas invasoras e ainda o uso ilegal de venenos, no contexto da participação da ALDEIA/CERVAS no projecto LIFE MEDWOLF.


Devolução à Natureza de uma perdiz-comum em Gouveia


No dia 10 de Outubro de 2014 foi devolvida à Natureza uma perdiz-comum (Alectoris rufa) em Gouveia.


Esta ave tinha sido encontrada no interior de uma aldeia de Gouveia, em Vinhó, após colisão contra a janela de uma habitação.


Apesar de ser de uma espécie cinegética, e, por isso, um ingresso pouco comum no CERVAS, esta perdiz foi entregue ao cuidado do centro pelo particulares que a encontraram.


No momento do ingresso verificou-se que a perdiz não apresentava lesões graves mas ainda tinha descoordenação motora e por isso foi mantida em repouso até recuperar totalmente.


A devolução à Natureza foi realizada no dia seguinte, numa zona de matos e floresta, sem actividade cinegética.