Enriquecimento Ambiental e Observação Etológica em Aves de Rapina Nocturnas
No âmbito de estágio profissionalizante da Licenciatura de Biologia pela Universidade de Aveiro desenvolveu-se o estudo comportamental de Strigiformes e a optimização do processo de reabilitação pelo input no bem-estar animal. O enriquecimento ambiental afirma-se como uma nova ferramenta em centros de recuperação e assume-se como o processo dinâmico que objectiva melhorar o ambiente e o cuidado do animal com recurso a estímulos ambientais.
Abordou-se o enriquecimento nas suas componentes: física, alimentar, social e sensorial para promover a expressão e diversidade de comportamentos normais, a redução das fontes de stress e potenciar a utilização positiva das estruturas.
As espécies-alvo foram a coruja-do-mato (Strix aluco), coruja-das-torres (Tyto alba), mocho-galego (Athene noctua) e mocho-d’orelhas (Otus scops), sendo enriquecidos um total de 40 indivíduos.
No que respeita a estímulos alimentares verificou-se que o mocho-galego mostrou maior sucesso na predação de ratos bem como na captura de insectos comparativamente ao mocho-d’orelhas. O recurso à emissão de chamamentos conspecíficos para estímulo sensorial mostrou-se adequado, sendo possivelmente mais eficaz se efectuado ao longo do processo de recuperação e não apenas reservado ao período de pré-libertação. A observação com recurso à vídeo-vigilância permite obter um amplo volume de dados, sendo de extrema importância no estudo etológico das espécies, bem como na prática quotidiana de vigilância clínica.
O presente estudo visou dar seguimento ao trabalho introdutório de enriquecimento ambiental de Raposeira (2009), contudo centrado em Aves de Rapina Nocturnas. Com este trabalho foi possível ampliar o conhecimento acerca da etologia de Strigiformes em centros de recuperação e inferiu-se uma similaridade da resposta aos estímulos em cativeiro com as escolhas no habitat natural.
Raquel Silva, Bióloga
As espécies-alvo foram a coruja-do-mato (Strix aluco), coruja-das-torres (Tyto alba), mocho-galego (Athene noctua) e mocho-d’orelhas (Otus scops), sendo enriquecidos um total de 40 indivíduos.
Figura 1: Exemplo da composição de uma das instalações fisicamente enriquecidas (imagem extraída do sistema de video-vigilância do centro, cedido pela ADT) e composição do enriquecimento alimentar (estímulo: caça de Lepidópteros).
Através dos resultados obtidos foi possível verificar que a actividade predominante no período diurno foi o repouso e durante a noite destacou-se a vigilância em concordância com o sucede na Natureza para as espécies de coruja referidas. Ao nível da preferência de estruturas, observou-se que poleiros com a conformação de caixas de repouso são indicados para as espécies e que as alturas e posições destas estão relacionadas com a noção de segurança e conforto dos indivíduos, ocupando estruturas mais altas e mais afastadas da entrada das instalações. A presença de juvenis na população de adultos conspecíficos mostrou-se útil ao nível de actividades de associação, sendo esta mais representativa nos períodos pré e pós-amanhecer, assim como na gestão logística do centro.No que respeita a estímulos alimentares verificou-se que o mocho-galego mostrou maior sucesso na predação de ratos bem como na captura de insectos comparativamente ao mocho-d’orelhas. O recurso à emissão de chamamentos conspecíficos para estímulo sensorial mostrou-se adequado, sendo possivelmente mais eficaz se efectuado ao longo do processo de recuperação e não apenas reservado ao período de pré-libertação. A observação com recurso à vídeo-vigilância permite obter um amplo volume de dados, sendo de extrema importância no estudo etológico das espécies, bem como na prática quotidiana de vigilância clínica.
O presente estudo visou dar seguimento ao trabalho introdutório de enriquecimento ambiental de Raposeira (2009), contudo centrado em Aves de Rapina Nocturnas. Com este trabalho foi possível ampliar o conhecimento acerca da etologia de Strigiformes em centros de recuperação e inferiu-se uma similaridade da resposta aos estímulos em cativeiro com as escolhas no habitat natural.
Raquel Silva, Bióloga
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