Monitorização de Caixas-ninho

Na semana anterior, no dia 3 de Agosto de 2010, foi realizada uma saída de campo para monitorização de algumas das caixas-ninho que foram colocadas no final do ano passado ou já no início deste ano para aves de rapina nocturnas. Estas colocações foram realizadas no âmbito do Projecto BARN – Conservação e Estudo da Distribuição de Aves de Rapina Nocturnas, tendo sido colocadas caixas-ninho para coruja-das-torres (Tyto alba), mocho-galego (Athene noctua) e mocho-d’orelhas (Otus scops). Nesta primeira saída de campo foram apenas monitorizadas caixas-ninho das duas primeiras espécies referidas (Fig. 1 e 2), sendo que será realizada uma segunda saída para monitorizar as caixas-ninho de mocho-d’orelhas.

Figura 1: Monitorização de uma caixa-ninho para mocho-galego


Figura 2: Monitorização de uma caixa-ninho para coruja-das-torres


Das cinco caixas monitorizadas (4 de mocho-galego e 1 de coruja-das-torres) apenas uma estava ocupada, a de coruja-das-torres que está situada na Quinta do Convento de S. Francisco, em S. Julião, Gouveia. Nenhuma das caixas-ninho de mocho-galego (Fig. 3) foi aparentemente ocupada por esta espécie. Uma destas caixas foi alvo de tentativa de nidificação por parte de duas espécies (Fig. 4) sendo que uma das tentativas poderia pertencer a uma carriça (Troglodytes troglodytes) e a outra a um turdídeo florestal, p.e. tordo-comum (Turdus philomelos).


Figura 3: Caixa-ninho para mocho-galego


Figura 4: Tentativa de ocupação de uma caixa-ninho para mocho-galego por outras espécies


A única caixa-ninho ocupada era dirigida para coruja-das-torres (Fig. 5), tendo sido ocupada por esta espécie. A caixa foi colocada em Janeiro de 2010, sendo que em finais de Maio foi detectada actividade dentro da mesma pelos proprietários e funcionários da Quinta do Convento de S. Francisco. Nessa altura foi feita uma primeira monitorização, sem inspecção da caixa, tendo sido detectado um adulto a entrar na caixa com alimento, por mais do que uma vez. No início de Julho foi feita uma segunda monitorização, já com inspecção da caixa-ninho (com devida autorização), na qual foram encontradas 4 crias que se encontravam fisicamente em boas condições, tendo sido nesse mesmo dia anilhadas (Fig. 6 e 7). Através destas anilhas, cujo código associado é único no mundo, irá ser possível obter informações sobre a vida destas aves, em particular sobre a dispersão, caso sejam recapturadas. Nesta última monitorização, no dia 3 de Agosto, as crias de coruja-da-torres já não se encontravam na caixa, supondo-se que poderão tê-la abandonado na última quinzena de Julho. Podemos então estimar que a postura foi realizada cerca de 2 meses após a colocação da caixa, em finais de Março de 2010, tendo as crias nascido em inícios de Maio. Neste momento, os juvenis ainda poderão ser detectados junto da caixa-ninho e em redor da Quinta do Convento de S. Francisco, sendo que em breve irão seguir o processo natural da sua dispersão em busca de um território para se estabelecerem.


Figura 5: Caixa-ninho para coruja-das-torres



Figura 6: Interior de uma caixa-ninho para coruja-das-torres com 4 crias


Figura 7: Anilhagem de uma cria de coruja-das-torres

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