Espécie do mês de Julho: Britango


O britango (Neophron percnopterus) é uma ave que não se confunde com nenhuma outra. É uma espécie nidificante estival em que os individuos adultos podem atingir os 58-70cm apresentando as penas do corpo brancas, com aparência mais ou menos suja à excepção das asas, que são pretas; a cabeça e a garganta não têm penas e apresentam uma cor amarela. Possuem um colar com todas as penas brancas e as patas em tons rosados. Os juvenis apresentam cor castanho-escura uniforme. Não existem diferenças entre os sexos, tanto nos animais adultos, como no juvenis.


Está distribuído por toda a região paleártica e fora dela cria em África, a norte do equador, na Península Arábica, no sudoeste asiático e Ásia meridional. Em Portugal distribui-se pela franja fronteiriça Centro e Nordeste. Possui hábitos alimentares necrófagos, procurando alimento em qualquer tipo de terreno e em muitas zonas da sua área de distribuição tornou-se um necrófago indiferente ao Homem, frequentando aterros, portos e mesmo povoações,sendo a sua dieta determinada pela disponibilidade alimentar.


Os individuos podem ter um comportamento solitário ou gregário, podendo ocorrer em grandes grupos com tendência para formar dormitórios comuns de preferência em escarpas. Para a reprodução escolhe penhascos e escarpas para nidificar, procurando cavidades que permitam controlar uma extensa área e normalmente existe uma reutilização do ninho. É uma espécie que atinge a maturidade sexual aos 4-5 anos, sendo a época de nidificação entre Março e Agosto. Durante a reprodução é uma espécie solitária e monogâmica com crias nidícolas que permanecem no ninho 70-90 dias. Realiza uma postura entre 1 a 3 ovos em finais Março, início de Abril, ainda que os casos mais frequentes sejam de 2 ovos e a incubação destes é de aproximadamente 42 dias.As maiores ameaças a esta espécie são a utilização de iscos envenenados, a redução de disponibilidade alimentar, a modernização agrícola, perseguição e perturbação humana, instalação de parques eólicos, diminuição do aproveitamento pecuário extensivo, colisão e electrocussão, degradação do habitat e rarefacção das populações de coelho-bravo.


De acordo com o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, esta espécie apresenta um estatuto de conservação "EN" (em perigo).

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