Espécie do mês de Fevereiro: Texugo
O texugo (Meles meles) é um mamífero pertencente à classe dos mustelídeos, tal como a fuinha (Martes foina) ou a lontra (Lutra lutra). Existe por toda a Europa e Ásia, excepto no sub-continente Indiano e em latitudes muito elevadas. Tem um corpo robusto e a pelagem característica, não sendo possível de confundir com a de qualquer outro animal pertencente a fauna autóctone, com a zona ventral de cor negra, ao passo que o dorso é acinzentado. A cabeça é branca, com duas riscas brancas, na zona dos olhos, que se estendem desde a ponta do focinho até ao final do pescoço e que cria contraste com as pequenas orelhas, de cor branca.
Foto 1: Aspecto da coloração da cabeça e do dorso de um texugo (Devolução à Natureza na Mata Nacional do Choupal)
O comprimento do corpo varia entre os 67 e os 81 cm, e a cauda, pequena quando comparada com o tamanho do corpo, mede entre 11 a 19 cm e pode pesar até 12 kg.
Vive em grupos sociais, que incluem machos, fêmeas e crias, que podem ter até 25 indivíduos e que defendem o território comum.
O acasalamento pode ocorrer em qualquer altura do ano, sendo no entanto mais frequente nos períodos de Fevereiro a Maio e de Julho a Setembro. Apesar da gestação durar cerca de 7 semanas, esta espécie apresenta uma implantação retardada (de 3 a 10 meses), o que leva a que as crias nasçam geralmente entre os meses de Janeiro e Fevereiro.
Ainda que se suponha ser um animal comum não é de fácil observação uma vez que apresenta hábitos essencialmente nocturnos e passa grande parte do tempo em tocas, que escava com as garras, bastante bem adaptados para este fim. Estas tocas podem ser um sistema complexo de túneis e câmaras, com diversas entradas.
Foto 2: Toca escavada por um texugo, sendo possível ver-se parte do animal. Esta toca foi escavada pelo próprio animal, dentro das instalações do CERVAS, durante o processso de recuperação.
Em termos alimentares, o texugo é considerado como um animal omnívoro oportunista e a sua dieta passa por pequenos roedores, alguns invertebrados, como insectos, anelídeos e gastrópodes e também frutos, raízes e bolbos.
De acordo com o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, editado pelo Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade, esta espécie apresenta um estatuto de conservação “Pouco Preocupante” sendo as suas principais causas de ameaça, o atropelamento e o abate ilegal.
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