Espécie do mês de Julho: Tartaranhão-caçador ou Águia-caçadeira
Fêmeas juvenis de tartaranhão-caçador (Circus pygargus) numa jaula de internamento
Alimenta-se de aves, pequenos mamíferos, lagartos e insectos, caçando a 2 ou 3 metros do solo contornando o relevo do terreno.
Pode ser observada em voo leve, elegante e pausado, rente ao solo nas planícies e planaltos. Executa voos malabaristas nas suas elaboradas paradas nupciais em voo, sendo considerado um virtuoso acrobata, justificando plenamente o nome que Lineu lhe atribuiu, Circus. Habitualmente é silenciosa, sendo que o chamamento nupcial é um pio rápido e repetido de tonalidade aguda.
Reproduz-se em planícies descampadas, pântanos de terras baixas, searas, terrenos baldios entre campos de cultivo e urzais. Em zonas de estuário e em dunas costeiras poderá nidificar em sapais e em vegetação dunar, respectivamente.
Os seus ninhos, de 20 a 40 cm de diâmetro, são construídos no chão, muitas vezes no meio das searas. A postura consiste em 3 a 5 ovos, incubados pela fêmea durante 4 semanas. Os juvenis são capazes de voar ao fim de 35 dias.
Cria de tartaranhão-caçador (Circus pygargus)
A águia-caçadeira reproduz-se na Eurásia e norte de África, desde a Península Ibérica e Marrocos até cerca do paralelo 60, no sul da Sibéria e Ásia norte-central. Sendo nidificante estival, está presente no nosso país a partir de meados de Março até Setembro, migrando para a África subsariana, (principalmente Sudão, Etiópia e África do Leste e sub-continente indiano). Em Portugal ocorre em grande parte do território nacional, de norte a sul, em particular na metade este do país, acompanhando a distribuição dos terrenos abertos com searas nas planícies do Alentejo e os planaltos serranos do centro-leste e norte. Está praticamente ausente de grande parte do oeste do país e do Algarve.
Considerada pelo ICNB como uma espécie "em perigo", de entre os factores que mais ameaçam esta espécie contam-se o abandono e declínio rápido da cerealicultura extensiva; a elevada mortalidade de ovos e crias, provocada pela maquinaria agrícola durante a ceifa e por predadores naturais (raposa, corvídeos, entre outros). Estes factores tendem a baixar consideravelmente a produtividade das populações que nidificam em terras de cereais praganosos.
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