Espécie do mês de Dezembro: Águia-d'asa-redonda


A águia-de-asa-redonda (Buteo buteo) é uma das aves de rapina mais comuns em toda a Europa. A cabeça tem um aspecto arredondado e compacto, com a cauda relativamente curta. A cor da sua plumagem é muito variável, desde quase branco a castanho-escuro. A zona dorsal é geralmente castanha, sendo o peito de cor mais clara, em especial na zona superior deste, que apresenta uma mancha distinta, bastante mais clara, com uma forma semelhante a um babete. Distribui-se pela Europa, Ásia e algumas ilhas do Pacífico e ocupa todos os tipos de habitat onde haja árvores e terrenos abertos, sendo frequente nas bordas dos bosques.

Mapa da distribuição dos ingressos por freguesia, no CERVAS, de Buteo buteo, registados entre 2006 e 2009.

Na maior parte dos casos, a época de nidificação inicia-se em Abril e prolonga-se até Julho, podendo-se iniciar um pouco antes em algumas regiões. Os ninhos podem atingir até um metro de diâmetro são construídos em árvores e arbustos, a partir de ramos e folhas e muitas vezes são utilizados em anos consecutivos. A postura é normalmente de 2 a 5 ovos e a incubação demora 33 a 38 dias. As crias saem do ninho aos 48-62 dias e tornam-se independentes às 15 semanas. É neste período que se começam a afastar do território dos progenitores.


É possível distinguir visualmente os individuos juvenis dos adultos, uma vez que estes últimos apresentam uma barra escura claramente marcada na cauda, ao passo que os individuos imaturos apresentam as rectrizes com riscos escuros, mas cuja espessura é homógenea. Em observações realizadas com a ave na mão, também é possível perceber a idade da ave através dos olhos, que começam por ser castanhos, muito pálidos, e que escurecem com o avançar da idade.
A sua dieta baseia-se em pequenos mamíferos, principalmente ratos, sendo complementada com lagomorfos, aves, répteis, anfíbios e invertebrados, podendo também ter comportamento necrófago. Caçam normalmente desde um poiso, mas também em voo sobre terrenos abertos e até caminhando pelo solo. Embora seja uma espécie abundante, tem várias ameaças, entre as quais se destacam electrocussão, abate ilegal, pilhagem de ninhos, incêndios florestais e atropelamento. De acordo com o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, esta espécie apresenta um estatuto de conservação “pouco preocupante”.


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