Espécie do mês de Abril: Tentilhão-comum



O tentilhão-comum (Fringilla coelebs) é um passeriforme da família fringillidae do tamanho de um pardal mas com uma plumagem mais aprimorada e colorida, possuindo uma dupla barra alar e rectrizes exteriores brancas. Os machos têm um colorido vivo e as fêmeas e os juvenis são acastanhados, com uma área acinzentada na nuca.


O tentilhão-comum, como nidificante, distribui-se por todo o país, sendo particularmente abundante no norte e no centro. No sul é menos numeroso e está ausente de algumas áreas densamente humanizadas como a Grande Lisboa, e de zonas muito desarborizadas, como acontece em alguns sectores das planícies alentejanas. Durante a época de nidificação frequenta habitats com vegetação de porte arbóreo, encontrando-se em todo o tipo de zonas arborizadas. É comum em montanha, sendo visível até ao limite superior das árvores nas zonas de maior altitude. O tentilhão-comum aparece igualmente em habitats com folhosas, como carvalhais, encontrando-se igualmente em bosques de coníferas, jardins e parques. Durante o Inverno o tentilhão-comum é frequente em locais onde não nidifica, frequentando biótipos mais diversificados, integrando muitas vezes bandos multiespecíficos de outras espécies de fringilídeos, constituídos sobretudo por pintassilgos, verdilhões, pintarroxos e, por vezes, tentilhões-monteses.

A biologia de reprodução do tentilhão-comum não foi estudada em Portugal, mas na Europa, a espécie cria geralmente uma única ninhada por ano, sendo a postura constituída por 3 a 6 ovos que são incubados em 10-16 dias e as crias encontram-se aptas a voar com uma idade de 11 a 18 dias. O ninho é construído sobre um ramo ou uma bifurcação de uma árvore ou de um arbusto, a uma altura de 2 a 6 metros do solo e tem a forma de uma taça. O canto do tentilhão começa a ser ouvido na primeira metade de Fevereiro e estende-se até ao início do Verão.


Os tentilhões-comuns alimentam-se principalmente de sementes e de outras matérias vegetais e, durante a época de reprodução consomem essencialmente invertebrados.

Esta espécie tem uma fenologia complexa dada a ocorrência de diferentes populações migradoras, sendo considerada de uma maneira geral uma espécie sedentária. Nada se sabe relativamente aos movimentos das populações nidificantes, embora se verifique que durante o Verão, os tentilhões-comuns desaparecem, quase por completo, de algumas áreas onde nidificam, admitindo-se por isso que realizam movimentos migratórios ou dispersivos. A partir de meados de Outubro chegam ao pais inúmeros tentilhões-comuns provenientes de outros países europeus, podendo observar-se a passagem migratória ao longo da faixa costeira. As populações migradoras que invernam na parte ocidental da Península Ibérica são originárias da Finlândia, dos países bálticos e da Escandinávia.

Bibliografia:
- Catry, P., Costa, H., Elias, G. & Matias, R. 2010. Aves de Portugal: Ornitologia do Território Continental. Assírio & Alvim, Lisboa. ISBN: 978-972-37-1494-4.
- Bruun B., Svensson H. 2002. Aves de Portugal e Europa. Guias FAPAS. ISNB:972-95951-0-0



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