Espécie do mês de Setembro: Estorninho-preto


Semelhante ao melro-preto, o estorninho-preto (Sturnus unicolor) possui penas compridas com um aspecto “gorduroso” na garganta e no peito, com reflexos arroxeados. As patas são curtas e avermelhadas, a fronte é plana e o bico é fino e amarelo, onde a base nos machos é azul e nas fêmeas rosada, as asas são curtas e triangulares. No Inverno possui variações na plumagem, possuindo pequenas marcas brancas que se desgastam rapidamente e apresenta o bico escuro. Os juvenis são acastanhados com a garganta pálida. O estorninho-preto vocaliza muito durante todo o ano, emitindo fortes silvos e imitando muitas vezes o som de outras aves. 



O estorninho-preto é residente e muito comum não sendo totalmente sedentário, realiza em certas regiões movimentos de âmbito local. O estorninho-preto encontra-se assim em todo o território continental frequentando desde terrenos agrícolas e zonas arborizadas, até áreas com forte presença humana, como parques e jardins em grandes cidades, preferindo no entanto paisagens em mosaico, com pequenas matas, campos agrícolas e prados, assim como montados com pouco sub-bosque. Surge frequentemente em pastagens com existência de gado bovino onde se alimenta amiúde. Durante o inverno encontra-se também em olivais e restolhos, evitando áreas de elevada altitude. Durante a Primavera os estorninhos-pretos estão dependentes de locais com cavidades onde instala os ninhos. 

As cavidades utilizadas para nidificar, situam-se normalmente em árvores, podendo no entanto utilizar cavidades naturais ou buracos abertos por pica-paus. Pode também nidificar em cavidades de edifícios ou ocupar caixas-ninho.

Segundo um estudo efectuado na região de Serpa num montado de azinho, verificou-se um pico principal de posturas em finais de Março/inícios de Abril e um pico secundário, já com posturas de reposição, em meados de Abril. As posturas variavam entre 2 a 6 ovos, sendo as de 4 mais frequentes. O período de incubação foi de 9 a 15 dias e as crias permaneceram no ninho durante 18 a 23 dias. Verificou-se que alguns casais criaram duas ninhadas numa mesma Primavera. 

A partir do final do verão, e durante o Outono e no Inverno o estorninho-preto pode formar bandos de grandes dimensões constituídos, muitas vezes, por milhares de indivíduos que se reúnem em grandes dormitórios. No inverno forma bandos mistos com os estorninhos-malhados. Durante o dia pode ser vista com frequência pousada em fios e em telhados, com uma postura erecta, ou a alimentar-se nos campos associada muitas vezes a bandos de abibes e tarambolas-douradas. 

Estorninho-malhado (Sturnus vulgaris)

A alimentação do estorninho-preto no Outono e no inverno é essencialmente mais frugívora, ingerindo azeitonas, entre outros frutos e bagas. A alimentação das crias nos ninhos é composta essencialmente por invertebrados terrestres.

Existem alguns indícios de que o estorninho-preto poderá estar em regressão em certas regiões, mas em expansão noutras áreas do país.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Espécie do mês de Maio: Cobra-rateira

Espécie do mês de Junho: Ouriço-cacheiro

Espécie do mês de Setembro: Cobra-de-água-de-colar

Espécie do mês de Março: Morcego-anão

Espécie do mês de Setembro: Cágado-mediterrânico

Devolução à Natureza de 1 morcego-negro em Gouveia

Espécie do mês de Junho: Víbora-cornuda

Espécie do mês de Março: Corvo

Espécie do mês de Dezembro: Fuinha

Espécie do mês de Julho: Andorinhão-preto