Espécie do mês de Março: Morcego-anão


O Morcego-anão (Pipistrellus pipistrellus) é um pequeno morcego de coloração acastanhada e orelhas triangulares. O lado dorsal do corpo é de um castanho mais escuro e o ventre é de um castanho-amarelado pálido. As zonas de pele sem pêlo são pretas-acastanhadas. O morcego-anão é muito semelhante aos outros morcegos do género Pipistrellus, no entanto é diferenciado pela aparência das pontas dos 3 incisivos, (o primeiro incisivo superior é forte e tem duas cúspides, o segundo incisivo superior possui uma cúspide mais curta), e pelo pénis que nesta espécie é cinza-acastanhado e mostra uma banda mediana pálida bastante distinta.


O morcego-anão distribui-se por grande parte da Europa, ocorrendo também no noroeste de África, Ásia menor e Médio Oriente. É uma espécie bastante flexível em termos de habitat, ocorrendo nos centros da cidade e em ambientes humanos rurais, no entanto quando disponíveis, as florestas e zonas ribeirinhas são preferidas.


Alimentam-se sobretudo de dípteros mas possui uma dieta bastante generalista à base de insectos que caça com voos ágeis e erráticos e que envolvem manobras rápidas e mergulhos em pleno ar. Normalmente saem das colónias para caçar passados 20-30 min após o pôr-do-sol e ocasionalmente podem sair antes deste.


A maioria dos morcegos-anões juvenis atinge a maturidade sexual no primeiro Outono. Os machos adultos estabelecem o local de nidificação para o qual atraem as fêmeas com cantos em pleno voo, podendo formar grupos de acasalamento com mais de dez fêmeas.
As colónias de nidificação são ocupadas em Maio e as primeiras crias (1-2 por fêmea) nascem a meio de Junho, por vezes só no inicio de Julho. As crias recém-nascidas possuem um comprimento do antebraço de 11-12mm e pesam entre 1-1,4g, em 10 dias o antebraço cresce até aos 19mm e pesam 3.3g e em 20 dias o antebraço mede 27mm e pesam 4.1g. São independentes às 4 semanas dispersando rapidamente da colónia.


O morcego-anão é uma espécie sedentária com pequenas deslocações sazonais entre colónias de Verão e de inverno, (20Km).
São ameaçados sobretudo devido à perturbação das colónias e o uso de pesticidas, embora segundo a lista vermelha da IUCN 2006 o seu estatuto de conservação é classificado como Pouco Preocupante, registando-se um contínuo crescimento da espécie.

Bibliografia:
(1)Dietz, Christian; Helversen, von Otto & Nill, Dietmar, 2009. Bats Of Britain, Europe & Northwest Africa, A & C Black, Londres
(2) MacDonald, D., Barret, P., 1993. Mamíferos de Portugal e Europa. Guias FAPAS, Porto
(3) ICN (disponível em: http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007/)
(4) Morceguismos (disponivel em: http://morceguismos.blogspot.pt/)

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